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Fortalecimento de mulheres nos escritórios é principal frente de atuação em D&I

Quase metade dos escritórios de advocacia estão adotando medidas visando alcançar a equidade de gênero em seus quadros internos

17 de August de 2023 18h05

Quando se aborda o tópico de Diversidade e Inclusão no contexto das firmas jurídicas, a questão que mais recebe atenção por parte dos escritórios é a igualdade de gênero. Conforme revelado pela pesquisa conduzida para o ANÁLISE ADVOCACIA DIVERSIDADE E INCLUSÃO 2023, 49% dos comitês ou grupos estabelecidos pelas bancas para abordar questões de D&I estão focados em promover a inclusão das mulheres.

Um dos maiores escritórios do Brasil, consistentemente eleito como um dos Mais Admirados no anuário ANÁLISE ADVOCACIA, o Mattos Filho, aderiu a uma meta proposta pelo movimento Elas Lideram, do Pacto Global da ONU, que visa alcançar a representação de 50% de sócias até o ano de 2030. Atualmente, esse índice está em 34% para o presente ano.

Laura Davis Mattar, gerente de Cidadania Corporativa da banca, compartilha que o escritório tem implementado uma variedade de abordagens para alcançar esse objetivo. No âmbito interno, a banca tem promovido "eventos entre mulheres com foco na troca de experiências e melhores práticas, realização de treinamentos sobre prevenção de assédio e combate aos vieses inconscientes, além da produção de conteúdo", relata a gerente. Externamente, a firma tem procurado se envolver em "iniciativas envolvendo clientes do sexo feminino".

Segundo a advogada, essa mudança no perfil da banca reflete um movimento que já é observado nas salas de aula dos cursos de direito, as quais também estão experimentando um aumento na presença de mulheres. Laura destaca que, considerando esse cenário, a abordagem adotada pelo Mattos Filho é proativa. Ela enfatiza: "Há um propósito deliberado na contratação de mulheres pertencentes a grupos minoritários, incluindo mulheres negras, lésbicas, bissexuais, transgêneros e aquelas com deficiência."

Do outro lado, ao lado daqueles que já estão há algum tempo no mercado, a CEO e sócia do Opice Blum e Bruno Advogados Associados, Camilla Jimene, percebeu a necessidade de se unir para obter mais força. "Eu não tinha pares. Comecei a pensar que era necessário mudar esse jogo, que precisávamos criar um ecossistema mais colaborativo", conta a advogada, que decidiu fundar o grupo SER.A.CEO. Quase metade (45%) das 333 bancas que participaram da pesquisa deste ano afirmam não ter CEO ou sócia-presidente.

"Hoje, o próprio mercado nos exige uma advocacia diferente. Mais acessível, mais diversa, mais criativa e disruptiva. Meu desejo para os próximos anos é ver mais mulheres nas posições de liderança, em especial nos grandes escritórios", reflete a CEO.

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