Na live realizada nesta quinta-feira, 24, na TV Análise, Silvana Quaglio, diretora presidente e publisher da ANÁLISE EDITORIAL, e Alexandre Secco, sócio e conselheiro editorial, receberam heads de três grandes cursos de Direito para discutir a formação dos operadores jurídicos no Brasil.
Os convidados para debater o tema foram Dalton Pastore, presidente da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Oscar Vilhena, diretor da Escola de Direito de São Paulo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e Rafael Bellem de Lima, coordenador da graduação em Direito do Insper.
A principal questão abordada pelos convidados é a necessidade de que a formação jurídica contemple problemas práticos do cotidiano do mundo dos negócios, formando profissionais que possam pensar soluções de forma integrada com a realidade.
Para o presidente, o curso de Direito da ESPM tem como objetivo fornecer ao acadêmico uma formação que lhe possibilite "o mesmo nível de empregabilidade dos outros cursos. Educação é um investimento. E investimento significa receber com juros, correção monetária e dividendos. Temos que entregar o sucesso na carreira do estudante sempre".
Pastore ainda arremata: "nosso cliente não é o estudante, mas a carreira dele". Este mês, a ESPM anunciou a implementação de uma mentoria pelo Demarest Advogados, um dos escritórios Mais Admirados no anuário ANÁLISE ADVOCACIA 2022. O acompanhamento funcionará a partir da próxima turma, com início previsto para o 1º semestre de 2023.
"A formação dos advogados mudou. Nós vimos essa mudança nesses quase 18 anos de ANÁLISE EDITORIAL", reflete Silvana. O aumento do número de cursos de direito, contudo, não significa que o mercado não possua carências a serem atendidas.
Na avaliação de Vilhena, os empregos mais relevantes no mundo jurídico dependem da excelência do operador do Direito. "Nossa ideia é dar suporte intelectual para que ele faça operações de maneira excelente e para que raciocine juridicamente com excelência."
Uma outra questão suscitada por Bellem é que o profissional do direito "precisa construir soluções dialogando com pessoas de outras áreas. Ele não pode ser um ingênuo consumidor de dados e estatísticas".
A proposta do curso integral, bancada pelo Insper e também pelas outras instituições, caminha no sentido de propor uma formação mais integrada. "Dentro do próprio direito, para um mesmo problema, é comum que o direito civil proponha uma solução e, o constitucional, outra. Isso não pode acontecer", afirma o coordenador.
Essa nova forma de pensar a formação jurídica, para Alexandre Secco, é um nicho que se propõe a resolver os problemas demandados ao mercado da advocacia. Contudo, ele também pondera que as instituições precisam pensar condições de suporte para que os estudantes permaneçam nos cursos.
Para isso, as três instituições contam com programas de bolsas de estudo, totais ou parciais, e financiamento. "O aluno não pode ser treinado apenas pelo mercado. O que o diferenciará é o que ele aprendeu na escola", conclui Vilhena.