Como tornar-se um executivo relevante e admirado pelos pares diante de uma conjuntura de mercado tão plural e inconstante? Eduardo Oinegue, jornalista e sócio da Análise Editorial, abriu o lançamento da 16ª edição do anuário ANÁLISE EXECUTIVOS JURÍDICOS E FINANCEIROS 2023, na manhã desta quinta-feira, 15 de junho.
"A gente nasceu aprendendo a entender o mundo de forma centralizada. Da mesma forma como a história do Brasil, que começou nas capitanias hereditárias, sofreu uma transformação brutal, o mercado de trabalho jurídico empresarial se reformula a passos largos. A fragmentação do business e a crescente integração entre as áreas de trabalho exigem mais responsabilidade e uma mudança de postura", disse Oinegue.
O evento, que reuniu 300 participantes, premiou os executivos jurídicos, financeiros e de compliance Mais Admirados no mercado empresarial do Brasil. Nesse ranking, eles são votados pelos próprios colegas, o que confere um significado especial ao reconhecimento proporcionado por essa vitrine do mercado corporativo.
Na mesa de abertura, compartilhada com Silvana Quaglio, diretora-presidente e publisher da Análise, o sócio e conselheiro editorial Alexandre Secco relembra que "o setor jurídico, antigamente, ficava no fundo da empresa, dizendo ‘isso pode, isso não pode’". Essa conjuntura já é passado.
Josie Jardim, diretora jurídica da Amazon e eleita a executiva Mais Admirada no setor pela oitava vez, participou da mesa de abertura especificamente para abordar essa nova configuração. "O jurídico que ainda se vê como um conselheiro, que observa as coisas à distância, se ainda não acabou, está com os dias contados. Hoje, na minha equipe, a atuação é 50% jurídica e 50% do negócio", conta.
Josie destacou que aprender a atuar como advogado do negócio, compreendendo profundamente a dinâmica empresarial e oferecendo soluções relevantes, são requisitos fundamentais.
Ela enfatizou a importância de abandonar o "olhar cartesiano" que ainda permanece sobre o papel do advogado no ambiente empresarial e mencionou a necessidade de abraçar a inovação. "Estamos diante de uma enorme oportunidade para impulsionar mudanças."
Silvana ressaltou a semelhança entre o jornalismo e o direito, ambos fundamentados na "ideia de entender os fatos, saber com quem falar, buscar boas fontes e tirar conclusões". Diante desse contexto, é importante refletir sobre as mudanças que o mundo jurídico precisa buscar. Quais seriam elas?
A partir da provocação feita pela publisher, a convidada da mesa de abertura deu o caminho. "Vamos pensar no advogado do começo ao fim do negócio. Estamos juntos desde a primeira reunião em que se pensa como lançar um produto". Josie arrematou destacando que esse acompanhamento próximo exige mais do profissional e é um verdadeiro "caminho das pedras". "Dá mais trabalho, é necessário conhecer mais detalhes, se inteirar de temas difíceis. Mas é ai que conseguimos ganhar."