Devido ao elevado número de reprovações em várias edições do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, critério fundamental para o exercício da advocacia, dois advogados lançaram, no início deste mês, a plataforma Civics OAB, uma Edtech Social que oferece gratuitamente um curso com técnicas de estudo para quem deseja passar na prova da Ordem. Os idealizadores da plataforma são Mateus Costa-Ribeiro e Felipe Neves.
Mateus Costa-Ribeiro é famoso por ser o advogado mais jovem da história do Brasil a passar no exame da OAB - feito conquistado aos 18 anos, mesma idade em que fez história novamente ao se tornar o mais jovem advogado a fazer uma sustentação oral no STF (Supremo Tribunal Federal). Mateus ingressou no curso de Direito aos 14 anos e se tornou também o brasileiro mais jovem a ser aprovado no exame da New York State Bar Association (NYSBA), conquistando o direito de advogar nos EUA. Hoje, ele já concluiu um mestrado em Harvard.
Felipe Neves, por sua vez, tem reconhecida experiência como empreendedor social dedicado à área da educação. Ele é um dos fundadores da ONG Projeto Constituição na Escola, que o ajudou a entrar para a lista Forbes Under 30. Mais recentemente, Felipe anunciou o lançamento da plataforma Civics Educação, onde estudantes de Direito e profissionais liberais podem ter acesso a cursos sobre diversas especialidades do Direito pagando um valor simbólico. O valor arrecadado nos cursos é revertido para o financiamento de bolsas de estudos para estudantes da rede pública de ensino.
A criação do Civics OAB foi ideia de Mateus e já atingiu a meta de seis mil inscritos em 48 horas. Ele também é o responsável por ministrar o curso na Edtech. Na videoaula, o advogado mostra seu caderno, sua rotina, seus horários e ensina as três técnicas de estudo que implementou quando foi fazer a prova da OAB. Para concluir, ele estrutura uma peça-chave para que os alunos memorizem o conteúdo estudado e consigam acertar as questões no dia do teste. Costa-Ribeiro explica que essa não é a primeira vez que ensina sua técnica.
Felipe Neves explica que a decisão de oferecer o curso gratuitamente foi baseada, principalmente, em dois fatores. O primeiro é que muitos estudantes já investiram bastante durante todo o curso de Direito. Alguns deles já pagaram para realizar o exame da OAB em outras oportunidades, mas não conseguiram ser aprovados. Apesar disso, alguns candidatos optam por contribuir com a causa do projeto e fazem uma contribuição espontânea. Neves ressalta ainda que deseja atingir estudantes e bacharéis de classes mais baixas, que não têm recursos para pagar o curso. Por fim, o advogado destaca que o projeto não deve ficar restrito a primeira fase da prova da OAB.
Em um artigo escrito em 2020 para o site da Análise Editorial, Felipe Neves conta a história do Projeto Constituição na Escola e sobre a importância do trabalho pro bono na qualificação profissional dos advogados.