A equipe da Análise Editorial saiu a campo para ouvir executivos jurídicos e financeiros de grandes empresas e sócios de escritórios de advocacia para saber o que eles esperam e como estão se preparando para 2021.
Em linhas gerais, os resultados reforçam a percepção de que 2020 foi um ano muito desafiador em vários sentidos, mas não foi necessariamente ruim para os negócios. E olhando para frente, uma maioria significativa de empresas e escritórios de advocacia se mostra otimista com o ano que vai começar em breve.
O levantamento realizado pela Análise Editorial foi feito entre os dias 9 e 14 de dezembro e colheu as respostas de mais de 250 participantes, entre sócios de escritórios de advocacia empresarial e executivos das áreas jurídica e financeira das maiores empresas do Brasil. O objetivo da consulta foi levantar subsídios para a live semanal da editora - "Bate-papo com Análise" -, que vai ao ar todas as quintas-feiras. O tema desta semana, que contou com a participação do âncora do Jornal da Band, Eduardo Oinegue, foi sobre "Perspectivas para o ambiente de negócios no Brasil em 2021".
O resultado mais claro é que empresas e advogados de empresas contam com um ano melhor em 2021. A maioria dos participantes (62%) se disse otimista em relação aos mercados nos quais atuam. Apenas 1% dos participantes se disse pessimista. Mas quase quatro em cada dez executivos e advogados de bancas empresariais (37%) responderam estar cautelosos em relação da 2021.
Uma das razões para o humor positivo entre grandes empresas e a indústria da advocacia provavelmente está no fato de o ano de 2020 não ter sido tão ruim como se imaginava, com alguns segmentos registrando altas importantes na atividade e no faturamento. Mais da metade dos participantes (54%) afirmaram que as empresas ou escritórios onde atuam vão registrar aumento no faturamento em 2020, comparado a 2019. Enquanto 21% afirmaram que vão fechar o ano com faturamento semelhante a 2019, sem aumento nem queda significativos. Apenas um em cada dez participantes (13%) informou que a empresa ou escritório perderá receita neste ano, em comparação a 2019.
A perspectiva de faturar mais em 2021 do que em 2020 também pode ser citada com um fator de ânimo para o mercado. Sete em cada dez participantes afirmam que as empresas ou escritórios onde trabalham preveem aumento de faturamento no ano que vem, em relação a este ano. Enquanto 15% dos respondentes afirmaram que a previsão é de manutenção do faturamento em 2021 no mesmo nível do deste ano. Apenas 1% disse que o faturamento deverá cair no ano que vem.
A previsão de investimentos para 2021 é outro dado que merece destaque. Corroborando o otimismo indicado pela maioria, 65% dos que responderam a enquete da Análise Editorial afirmaram que as empresas ou os escritórios onde trabalham pretendem aumentar investimentos em 2021. É fato que quase três em cada dez participantes afirmaram que haverá cortes nos investimentos em 2021, mas entre esses estão companhias ou escritórios que, por aumento expressivo da demanda neste ano, precisaram antecipar investimentos, que não se repetirão no ano que vem. Enquanto 6% dos respondentes afirmaram que os investimentos serão mantidos no mesmo nível do deste ano.
Por fim, outro indicador de que as perspectivas para 2021 são positivas entre os executivos de grandes corporações e os escritórios de advocacia que normalmente as atende, é a expectativa de aumento nos quadros de empregados. Quatro em cada dez participantes indicaram que suas empresas ou escritórios devem contratar colaboradores no ano que vem. Outros 33% disseram que os quadros atuais serão mantidos e apenas 2% preveem demissões no ano que vem.
Assim como os que veem com cautela as perspectivas já desenhadas para 2021 são uma fração significativa da amostra (37%), faz sentido um último compilado neste resumo. Nada menos do que um quarto dos respondentes (25%) afirmou que as empresas ou escritórios nos quais atuam vão preferir esperar mais um pouco antes de planejar aumento, redução ou manutenção do quadro de empregados. Há que se considerar que o grau de incerteza com relação ao ritmo da atividade econômica e a curva de contaminação pela Covid-19 ainda são acentuados o suficiente para que alguns setores mantenham seus planos em compasso de espera. É o famoso deixa eu ver como vai para saber como fica.