O Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação (CEPI) da FGV Direito SP realizou na última quarta, 25, evento para discutir os resultados parciais da pesquisa Legal Operations: perspectivas de inovação e gestão jurídica, desenvolvida em parceria com escritórios de advocacia, empresas e associações jurídicas.
A pesquisa busca dialogar com o crescente interesse em Legal Ops, abordando três eixos principais. Primeiro, analisa a emergência dessa área e o surgimento de um novo perfil de profissionais no contexto brasileiro. Em segundo lugar, investiga a relação entre as tecnologias empregadas e os serviços oferecidos pelo Legal Ops. Por fim, explora os fatores que tornam essa área estratégica para escritórios e departamentos jurídicos, ressaltando sua importância na modernização e eficiência dos processos legais.
As interações entre Legal Ops e outras áreas como gestão de tecnologia e processos visam melhorar os serviços jurídicos e têm o potencial, segundo um estudo recente da FGV, de criar soluções para reduzir o tempo de execução de tarefas, fornecer métricas e relatórios, além de aprimorar o desenvolvimento e a gestão de contratos.
O estudo também mostra uma ampla variedade de atividades e funções que envolvem o domínio de competências tecnológicas e de gestão que ressaltam a multidisciplinaridade da área. Entre essas funções estão: o gerenciamento de empresas e fornecedores; gestão financeira; inteligência de negócios; planejamento estratégico; e organização, otimização e saúde, por exemplo.
A apresentação dos resultados parciais aconteceu em 25 de setembro, quarta-feira, na sede da FGV Direito SP. Participaram da mesa de abertura, a moderadora Ana Paula Camelo (CEPI FGV Direito SP), as palestrantes Marina Feferbaum (CEPI FGV Direito SP), Antonio Freitas (AASP), Fernanda Martorelli (CESA), Felipe Coffone (ACC), e Samuel Mello (Jurídico Sem Gravata), e Paulo Silva (CLOC).
Afinal, o que é Legal Ops?
É uma área que pretende otimizar processos internos de departamentos jurídicos e escritórios de advocacia, o que permite que profissionais aumentem a produtividade e se dediquem a trabalhos intelectuais.
"A gente começa a discussão [sobre Legal Ops] pensando em eficácia, pensando em eficiência", disse Paulo Silva (CLOC) durante evento que apresentou a pesquisa. "Pensamos em como tornar o dia a dia dos departamentos e escritórios mais eficientes em um cenário onde temos uma litigância altíssima e precisamos lidar com uma quantidade absurda de processos".
Como foi a apresentação da pesquisa?
O Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação (CEPI) da FGV Direito SP realizou o evento para discussão dos resultados parciais da pesquisa chamada Legal Operations: perspectivas de inovação e gestão jurídicas, desenvolvida em parceria com escritórios de advocacia, empresas e associações jurídicas.
A pesquisa se propôs a dialogar com o crescente interesse sobre a área com os eixos: a emergência da área e deum novo perfil de profissionais no contexto brasileiro; a relação entre as tecnologias utilizadas e os serviços prestados pelo Legal Ops; e os fatores que tornam essa área estratégica para escritórios e departamentos jurídicos.
Principais resultados
O estudo concluiu que o perfil profissional varia conforme o estágio da carreira e expectativas de resultados. A multidisciplinaridade foi outro destaque: o Legal Ops abrange formados em direito e em outras áreas, como engenharia de produção, economia, administração, ciência da computação e tecnologia da informação, por exemplo.
A maior parte das vagas ofertadas tem ênfase em competências de gestão, seguidas por competências socioemocionais.
"É necessário pensadores, juristas, advogados, engenheiros, e seja lá [que outra profissão] for pensando o direito e pensando em como vamos traduzir tudo isso que se proporciona de tecnologia para o mundo e para o contexto brasileiro", disse Samuel Mello (Jurídico Sem Gravata) na cerimonia. "Em todas as vertentes éticas, de compliance e de compreensão de dados precisamos estar juntos nessa empreitada".
Como a pesquisa é feita?
Dividida em quatro partes, a pesquisa foi estrutura para, no primeiro passo,
realizar pesquisa bibliográfica e análise documental, seguida de entrevistas em profundidade com atores relevantes no mercado para construção de panorama abrangente do setor e incluir tendências, desafios e oportunidades. Na fase atual - a terceira - o estudo busca identificar empresas e escritórios de advocacia que implementaram Legal Ops e suas características.
A próxima fase: ampliar o entendimento teórico e investigar perspectivas e significados atribuídos ao Legal Ops no contexto brasileiro, a partir de abordagem qualitativa.
"A gente não quer ficar falando só para nossas caixinhas, para dentro de casas", afirmou Ana Paula Camelo (CEPI FGV Direito SP). "A ideia é que nossos resultados são todos bens públicos voltados para a gente pensar habilidades, competências, e ensino para quem está na graduação, quem não está, pessoas em diferentes momentos da trajetória e nas organizações jurídicas como um todo".
A pesquisa conta com apoio dos escritórios Mais Admirados Pinheiro Neto Advogados, Caselli Guimarães, Mandaliti Advogados, Finocchio & Ustra, Machado Meyer, TozziniFreire, e Trench Rossi Watanabe.