A Análise Editorial promoveu hoje (15), mais um encontro virtual para a série do programa Bate-papo com Análise. A conversa reuniu três executivos Mais Admirados na 14ª edição do anuário Análise Executivos Jurídicos e Financeiros para falar sobre suas carreiras e desafios. Os convidados foram Erica Barbagalo, diretora de jurídico, patentes e compliance Brasil e BP jurídico para crop science Latam da Bayer, Leila Melo, líder da área jurídica, ouvidoria, relações governamentais, comunicação corporativa, sustentabilidade e relações institucionais do Itaú Unibanco Holding e Ricardo Lagreca Siqueira, diretor sênior jurídico e relações governamentais do Mercado Livre. Os três convidados foram eleitos Mais Admirados por seus pares, Leila e Ricardo figuraram como estreantes no ranking.
A conversa, que marcou a apresentação da nova plataforma de streaming das lives da editora, comandada por Silvana Quaglio e Alexandre Secco, trouxe ao público diferentes perspectivas sobre a posição de um líder jurídico. Erica Barbagalo, cofundadora do Jurídico de Saias, falou sobre seu ingresso no ambiente corporativo.
De acordo com a executiva - eleita pela quarta vez no ranking dos executivos jurídicos - no período em que se formou na universidade as opções profissionais para o Direito eram limitadas a atuar em escritórios ou prestar concursos. Barbagalo destacou as mudanças ocorridas no universo jurídico, desde então, e salientou: "Assim que eu ingressei em empresas, não tive mais vontade de mudar.". Erica também trouxe à conversa sua identificação com o Direito Corporativo, não só pela função advocatícia em si, mas pelas inúmeras áreas do negócio que se é necessário conhecer.
O expoente crescimento de lideranças femininas, em departamentos jurídicos foi outro ponto fundamental do bate-papo. O reflexo desse progresso tornou-se visível na edição de 2021 do ranking jurídico da Análise que apontou sete mulheres, entre os dez primeiros colocados da edição. Erica diz que no começo de sua carreira não percebia as adversidades de gênero, porém, agora vê o avanço de mulheres a postos de liderança como um marco fundamental para o crescimento econômico e social das companhias. A advogada destaca a equidade como ponto chave para que todos sejam avaliados por suas competências, não pelo sexo.
Leila Melo, diretora e vice-presidente do Conselho da WILL Latin America, organização não governamental que promove a discussão sobre liderança feminina nas empresas, marcou sua estreia no ranking de Mais Admirados e falou sobre os desafios do mercado financeiro. A executiva também apontou o aumento de mulheres nos departamentos de empresas, como Itaú Unibanco, onde ela atua por mais de 20 anos e conta com 70% da equipe jurídica feminina.
A discussão sobre diversidade e inclusão trouxe outros assuntos fundamentais para o fomento social. Dentre os temas abordados, Leila trouxe a necessária perspectiva racial para a conversa e destacou ser essencial que haja mais mulheres negras em postos de liderança: "Se o Brasil tivesse uma foto, seria uma mulher negra. Então a gente precisa falar sobre isso, para estimular esse mercado.". Melo também apontou a abrangência do Direito Corporativo, e sua necessidade em estar alinhado com outras áreas como ESG e tecnologia para realizar um trabalho com excelência.
Ricardo Lagreca, assim como Erica e Leila, também possui experiência em bancas de advocacia. O advogado endossou a ideia sobre diversidade e afirmou: "Eu não estou contratando escritórios sem diversidade. Se fizermos isso, como clientes, aceleramos essa equidade.".
O executivo, que ocupa a 15ª colocação no ranking, com 52 executivos jurídicos Mais Admirados eleitos por seus pares no Brasil inteiro, falou sobre sua mudança para o departamento jurídico de empresa. De acordo com Ricardo essa transformação em sua carreira se deu pelo envolvimento com os casos em que atuou como advogado, e como a celeridade da advocacia não o permitia acompanhar algumas peças até sua conclusão. Lagreca reforça também a ideia de amplitude dentro do Direito Corporativo, e como se é impossível isolar todos os riscos dentro do mercado.
Ao final da conversa, os executivos apontaram a tecnologia como condição motora e regente para o futuro jurídico. Os profissionais também destacaram a multidisciplinariedade, reforçando a necessidade em entender outros setores e áreas, não somente o Direito.