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Fim do juridiquês: desejo ou prática?

Profissionais acreditam nos benefícios de uma comunicação menos complexa e mais acessível

25 de November de 2020 9h56

O termo "juridiquês" é utilizado no Brasil para designar o uso excessivo do jargão jurídico e de termos técnicos usados pelos operadores de Direito, como expressões complexas, de escrita difícil e o uso do latim. Conhecida por quem atua na área, este tipo de comunicação possui determinada complexidade para os leigos e pode dificultar o entendimento de quem recebe a mensagem. Com isso, simplificar e desmistificar a linguagem jurídica se torna relevante. O Direito, assim como outras áreas, a exemplo da economia e medicina, possui uma forma técnica que deve ser utilizada sempre que preciso, porém os profissionais devem ter o discernimento de saber em quais momentos podem abrir mão da fala técnica para se aproximarem de seu público.

O uso de uma linguagem mais acessível vem sendo discutido por advogados que acreditam, cada vez mais, ser necessário contatar o cliente de forma simples e eficaz. Para Leandro Bruno F. Mello Santos, diretor jurídico da CashMe, há um grande movimento por parte dos departamentos jurídicos de empresas para simplificar e tornar acessível o conteúdo jurídico para os colaboradores. Embora acredite que traduzir alguns dos conceitos e fundamentos do Direito não seja uma tarefa fácil, Leandro afirma que no meio corporativo não existe mais espaço para o "juridiquês" apenas por capricho.

A questão do 'juridiquês' se refere à falta de esclarecimento da linguagem jurídica. Isso impede a compreensão adequada do que está sendo dito, de modo que o processo de comunicação pode ser prejudicado.

Para a responsável jurídica da Diageo, Patrícia Barbelli, o Direito sempre foi uma profissão conservadora, mas ela acredita que as universidades passaram a se modernizar para que os novos profissionais possam se atualizar e estarem ainda mais compatíveis com a competitividade do mercado. 

Também em discussão, o legal design pode ser uma ferramenta que facilita a compreensão e colabora com soluções jurídicas. Para saber mais sobre, leia o artigo produzido por Rodrigo Toler, advogado do Reis Advogados.

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