Pesquisa Inédita: conheça como está a relação das bancas de advocacia com o home office | Análise
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Pesquisa Inédita: conheça como está a relação das bancas de advocacia com o home office

Veja como os Escritórios Mais Admirados estão lidando com o trabalho remoto e suas perspectivas

29 de May de 2020 8h

Com paredes ou não? Mais espaço individual ou menos? Dúvidas e críticas sobre as instalações de trabalho sempre existiram. Mas, segundo artigo "The rise and fall of the office", publicado recentemente pelo Financial Times, essa é a primeira vez em que a própria existência do ambiente escritório é amplamente questionada e revista. Desde o início do século XX, quando o advento do telégrafo e a expansão ferroviária fizeram necessária a existência de grandes espaços físicos para centralizarem suas operações - e esses empolgantes escritórios tornaram-se aspiração popular -, nunca antes estivemos tão reflexivos sobre o local onde trabalhamos.

O artigo do jornal britânico ainda ressalta duas movimentações importantes. Ao longo das últimas décadas, a internet fez o trabalho invadir o lar. Enquanto isso, o Vale do Silício fez do escritório um "puxadinho" das casas de seus funcionários, fim do dress code e traga seu pet. Com isso, novas possibilidades emergiram e muitas organizações passaram a explorá-las, mesmo que de maneira tímida. Outras tantas não se aventuraram. Nesse contexto, onde a flexibilidade sobre o espaço de trabalho ainda não era um conceito maturado e com a imposição da realidade pela Covid-19, o home office mostrou-se como solução para empresas de diversos portes e segmentos, e não foi diferente com a advocacia.

Para entender como as bancas do Direito estão superando as limitações do momento e colaborar com a tomada de decisão de sócios e gestores, a Análise Editorial realizou uma pesquisa inédita com os Escritórios Mais Admirados da edição mais recente do Análise Advocacia. Apresentamos a seguir o resultado desse levantamento, que contou com a generosa participação de 187 bancas.

O resultado revelado pela pesquisa traz uma visão positiva sobre a experiência do home office, principalmente, considerando a urgência com que foram realizadas as mudanças operacionais nas bancas do Direito. E como seria a experiência do trabalho remoto quando estruturado com maior planejamento?

Nos últimos meses, esse pensamento permaneceu na cabeça de muitos gestores. Por isso, a Análise Editorial conversou com alguns escritórios de advocacia que, antes da pandemia, já tinham mais proximidade com o home office pleno.

Quando a experiência é planejada

Antes da pandemia da Covid-19, o regime home office já era uma realidade em alguns escritórios que viram na modalidade uma alternativa para redução nos custos e melhora na qualidade de vida de seus profissionais.

Fundado no ano de 1999, o escritório Montanha, Alcântara & Advogados Associados mudou completamente seu modelo de operação depois de duas décadas. Após um ciclo de inovações que exigiu a digitalização de arquivos, formatação e implementação de controladoria e adoção de nova ferramentas de gestão, a banca paranaense passou a funcionar 100% home office. 

As sócias decidiram manter como sede um espaço menor, em um edifício, apenas para os atendimentos presenciais de clientes e reservaram todo o trabalho intelectual para o desenvolvimento remoto. O formato demandou um investimento em ferramentas que proporcionassem maior organização, eficiência e acessibilidade, sem abrir mão da segurança.

Alterar o formato de trabalho requer o desenvolvimento de um outro modelo de relacionamento entre a equipe e com clientes, mesmo para bancas que já nasceram atuando em espaços diferenciados, como é o caso do Anders Advogados.

A banca, fundada em 2019, se utiliza de um coworking para recepcionar seus clientes e o home office é um meio comum em sua operação. A sócia, Roberta Visconti, afirma que a troca durante o cotidiano profissional faz falta, e por esse motivo fazem reuniões periódicas entre a equipe, mesmo à distância.

Sobre ter um espaço físico compartilhado, o escritório destaca pontos positivos como a praticidade quanto à infraestrutura e serviços de apoio, o contato direto com empresas de diversos setores e a redução de custos. 

Organização parece ser mesmo a palavra-chave para uma experiência positiva com o home office, desde a preparação de sistemas até a rotina nos lares dos profissionais. No entanto, os desafios não são apenas operacionais, mas também culturais. O preconceito não estava presente apenas entre sócios gestores, como identificou o levantamento realizado pela Análise Editorial, mas também entre clientes.

No entanto, a limitação imposta pela pandemia do novo coronavírus fez com que a resistência em relação ao trabalho remoto cedesse à experimentação, com todos os seus prós e contras. A hora agora é de reunir os aprendizados e se organizar para seguir em frente. Afinal, evoluir é ser capaz de se adaptar às mudanças.

Saiba os cuidados que devemos ter no ambiente de trabalho pós-pandemia.

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