Desafios nas políticas de diversidade, equidade e inclusão persistem nos escritórios | Análise
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Desafios nas políticas de diversidade, equidade e inclusão persistem nos escritórios

Em quatro anos, o número de escritórios mais admirados que adotam ações e políticas de inclusão e diversidade aumentou em 13%

20 de December de 2023 7h

O anuário ANÁLISE ADVOCACIA 2023/2024 revelou dados sobre diversidade e inclusão nos escritórios Mais Admirados, indicando um aumento na representatividade de mulheres, negros e pessoas com deficiência em todas as áreas da advocacia. No entanto, as questões ligadas a D&I ainda avançam a passos lentos no mercado de advocacia brasileiro.

Em 2020, 40% dos escritórios afirmavam adotar ações e políticas de inclusão e diversidade nas suas estruturas. Em 2023, esse número aumentou para 53%. Há três anos, a média de diversidade e inclusão nas equipes era 21 advogadas por banca, uma pessoa com deficiência (PcD) e quatro profissionais negros na equipe administrativa do escritório.

Segundo o mapeamento deste ano, 43% dos sócios dos escritórios são mulheres, enquanto 3% são pessoas negras e 1% são PCDs. No caso dos associados, o número de mulheres sobe e representa 7 em cada 10 advogados, seguido de 11% de pessoas negras e 11% de  PCDs. Entretanto, a equipe administrativa das bancas apresenta um resultado mais positivo, com 61% de mulheres, 19% de negros e 3% de PCDs.

Tabela 'Diversidade nos escritórios mais admirados', disponível na página 268, do anuário ANÁLISE ADVOCACIA 2023/2024 (Imagem: Análise Editorial)

De acordo com Amanda Falce e Manuela Rupel, advogada e sócia do escritório Arruda Alvim, Aragão, Lins & Sato, respectivamente, para garantir um processo de recrutamento e seleção mais inclusivo, o escritório se concentra em avaliações baseadas em competências, garantindo que as habilidades e qualificações sejam os principais critérios analisados.

Quando o assunto são os escritórios que adotam práticas e políticas de D&I, o cenário é otimista. O percentual de escritórios que realizam palestras e treinamentos para a promoção de um ambiente cooperativo e inclusivo passou de 54% em 2020 para 70% em 2023. O percentual de escritórios que estimulam a criação de grupos temáticos também aumentou, saindo de 38% para 65% no mesmo período. 

Cabe destacar que o que dificulta a análise e progressão dos dados é o fato de as bancas ainda ocultarem suas informações sobre seus quadros de funcionários. De acordo com o levantamento feito pela Análise Editorial, seis em cada dez bancas preferem não informar sobre a participação de PCDs no quadro de colaboradores; 46% sobre negros e 20% sobre a parcela de mulheres na equipe dos escritórios.

Imagem: Análise Editorial/Canva
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