O Direito no Brasil está passando por transformações. Entender os impactos implicados pelas reformas Trabalhista e Tributária, implementar as adequações necessárias para atender à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e acompanhar as mudanças tecnológicas dentro dos departamentos e bancas são os desafios previstos para o mercado jurídico em 2020.
A automação de processos já é uma realidade dentro dos escritórios de advocacia e das empresas, porém, a expectativa do cliente ainda é a de encontrar no advogado a pessoa que atenderá às demandas com agilidade e que será capaz de encontrar soluções personalizadas para cada caso. Para Felipe Ziegler Zugno, supervisor jurídico da STIHL, a cooperação entre os profissionais será fundamental: "Os advogados corporativos devem se unir, dividindo experiências positivas e negativas. Fóruns de discussão entre departamentos jurídicos em câmaras setoriais ou em associações serão de extrema importância. Além da constante busca pela redução de custos, os profissionais precisarão ser criativos, fazendo 'mais com menos', auxiliando na busca de novos negócios para as suas empresas."
Para quem atua na área, é o momento de perceber que as mudanças podem trazer oportunidades para desenvolver as habilidades dentro do ambiente de trabalho. Joice Grings, gerente jurídica da AGCO do Brasil, explica que gerar mais valor para o negócio é o grande desafio para os advogados: "Usar a criatividade, exercer o protagonismo e tomar iniciativas, sempre se certificando sobre a segurança jurídica, é um bom exercício para 2020". As máquinas serão aliadas no momento de eliminar as atividades operacionais, para que, dessa maneira, o executivo seja capaz de tomar decisões mais ousadas e também mais assertivas.
Além disso, o Compliance deverá ser uma área que continuará desempenhando um papel importante no cenário empresarial brasileiro. Segundo dados apresentados na 12ª edição do Análise Executivos Jurídicos e Financeiros, 79% das companhias entrevistadas adotaram a área de Compliance até o ano de 2019. A tendência é que as companhias sigam investindo em medidas preventivas estratégicas como uma maneira de evitar processos judiciais.