A concepção de advogado corporativo se transformou ao longo dos anos. Ao contrário do que acontecia no passado, quando atendiam exclusivamente às demandas jurídicas, hoje estes executivos apoiam diversas questões como governança corporativa, compliance, marketing e relações institucionais. A ideia de unir competências é evitar que ocorram processos judiciais e diminuir gastos com indenizações. Dessa maneira, para instituir medidas preventivas, as empresas passaram a investir no gerenciamento de riscos e pararam de recorrer aos advogados apenas no momento da crise. Na última edição do Análise Executivos e Financeiros, 40% dos heads responderam que comandam também a área de compliance, além da jurídica.
A ampliação de funções pode beneficiar o profissional - que passa a conhecer diferentes aspectos do negócio - e também a empresa, que conta com um funcionário mais completo e habilidoso. Para Ana Paula de Almeida Santos, legal director da Care Plus, um dos maiores desafios do advogado corporativo é estar preparado para assumir riscos. Em especial quando o executivo jurídico atua em uma multinacional, pois, conseguir traduzir o contencioso brasileiro para outros países é uma tarefa muito difícil.
Apresentando uma maior complexidade nas atribuições, o percentual de empresas cujo departamento jurídico é visto como estratégico chegou a 58%, ainda de acordo com a pesquisa para o Análise Executivos Jurídicos e Financeiros, edição 2019. Este número representa um aumento de 10%,em relação à 2014. Segundo Ana Paula, o advogado corporativo deixou de ser apenas um profissional teórico para estar diretamente ligado ao negócio: "Hoje eu não me preocupo exclusivamente em defender a empresa, mas também em viabilizar novas oportunidades."