Conheça as formas de remuneração mais usadas pelos escritórios | Análise
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Conheça as formas de remuneração mais usadas pelos escritórios

Pesquisa da Análise Editorial revela as tendências de remuneração para sócios e advogados associados

19 de March 8h

A remuneração nos escritórios de advocacia brasileiros continua a refletir um movimento crescente de um maior alinhamento entre desempenho e retorno financeiro. De acordo com a pesquisa realizada para o anuário ANÁLISE ADVOCACIA 2025, os modelos híbridos — que combinam pró-labore com participação nos resultados — permanecem como os mais adotados, tanto para sócios quanto para advogados associados.

Esses modelos têm se consolidado como uma estratégia eficaz para garantir a motivação e a performance dentro dos escritórios, ao mesmo tempo em que promovem um equilíbrio entre os interesses individuais e os objetivos organizacionais.

Remuneração com estímulo à performance

Entre os sócios, o modelo mais utilizado atualmente é o de mensal fixo (pró-labore) combinado à participação nos lucros, adotado por 37% dos escritórios, o que representa um leve crescimento em relação ao ano anterior (31%). Essa combinação entre estabilidade financeira e incentivos por desempenho parece se consolidar como a preferência entre os gestores.

Na sequência, 28% dos escritórios optam por uma remuneração variável (pró-labore) associada a um percentual sobre a captação de novos clientes ou negócios, indicando que o estímulo à prospecção continua sendo um pilar importante na estrutura de remuneração.

Além disso, um dado relevante é a queda no número de profissionais remunerados pelo modelo mensal variável mais participação nos lucros. Esse modelo agora é adotado por 27% dos respondentes, contra 32% no levantamento anterior. Essa leve retração pode indicar um ajuste no foco para formas de remuneração que incentivem mais diretamente os resultados globais do escritório.

A participação societária pura segue sendo adotada por 18% dos escritórios, praticamente estável em relação aos 17% do ano anterior. Da mesma forma, o modelo de pró-labore variável somado a um percentual sobre a carteira de clientes permaneceu com apenas 11% de adesão, mantendo o mesmo percentual observado no levantamento anterior.

Imagem: Gráfico extraído da página 17 do anuário Análise Advocacia 2025 (Análise Editorial)

Prevalência dos modelos híbridos

No caso dos advogados associados, o cenário continua apontando para a prevalência dos modelos híbridos. O modelo de mensal fixo como associado, acrescido de bonificação por desempenho, lidera com 44% das respostas, mantendo-se praticamente estável em relação ao ano anterior.

Em segundo lugar, aparece o modelo de mensal fixo somado a um percentual sobre captação, com 33%, seguido de modelos mais tradicionais, como CLT (12%) e prestação de serviços (12%). O modelo de mensal fixo como associado, sem bonificação, sofreu uma leve queda, sendo mencionado por 11% dos escritórios, comparado a 10% no levantamento anterior.

Além disso, modelos mais sofisticados, como mensal variável com participação e/ou bonificação, são adotados por 9% dos escritórios. Outro dado relevante é o leve aumento no modelo baseado em mensal fixo mais percentual sobre a carteira de clientes, que subiu de 9% para 10%.

Imagem: Gráfico extraído da página 17 do anuário Análise Advocacia 2025 (Análise Editorial)

O levantamento, que contou com 851 escritórios respondentes — 10% a mais do que o número de participantes da edição anterior — revela um setor em busca de maior equilíbrio entre previsibilidade financeira e reconhecimento por desempenho. A diversificação dos modelos de remuneração reflete o amadurecimento da gestão jurídica no Brasil e a adoção de práticas mais estruturadas de governança.

Para os sócios e gestores, a mensagem é clara: mais do que simplesmente pagar salários, é necessário estruturar políticas de remuneração que incentivem o crescimento, retenham talentos e estimulem o desempenho estratégico de cada membro da equipe.

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