As universidades de Direito privadas estão alcançando o nível das públicas? | Análise
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As universidades de Direito privadas estão alcançando o nível das públicas?

Heads jurídicos comentam se as instituições de formação ainda possuem o mesmo peso na hora da contratação

13 de November de 2020 8h

Entre os diversos panoramas apresentados no anuário Análise Executivos Jurídicos e Financeiros, estão os que detalham a formação dos profissionais jurídicos, tanto dos líderes do departamento quanto de suas equipes. A publicação de 2020 mostrou que ambos os grupos cursaram mais universidades privadas em sua graduação: 76% para os heads jurídicos e 78% para seus times. Mas por que as instituições de Direito particulares estão presentes numa parcela tão grande da formação dos advogados corporativos?

Para Janaína Maluf Pichinin Pavan, diretora jurídica e de compliance do Grupo Elfa, um dos motivos é a massificação dos cursos de Direito, que foram autorizados em diversas instituições privadas nos últimos anos e impulsionou o número de profissionais no mercado jurídico. No entanto, a executiva enfatiza que isso não significa que as universidades particulares atingiram o nível das públicas, mas sim que a oferta de vagas em cursos pagos teve um aumento, enquanto a dos gratuitos sofreu uma estagnação em acesso e expansão.

Ela também ressalta que, até pouco tempo atrás, diversas bancas renomadas de advocacia limitavam suas vagas a profissionais formados em universidades públicas, com poucas exceções às particulares. Isso contribuiu para uma concentração natural destes profissionais em grandes escritórios ou os fez escolher entre carreiras públicas e acadêmicas, deixando de lado a advocacia corporativa, que não era tão atrativa antigamente. Já nos tempos atuais, a diretora jurídica explica que o jurídico in-house tornou-se uma peça essencial e estratégica para o sucesso de qualquer negócio, e sua atuação acaba valorizando mais outros tipos de habilidade, que vão além da obtida durante a graduação.

Na mesma linha, o gerente jurídico sênior da J. Macêdo, Gustavo Henrique Coelho Pereira, afirma que as universidades públicas permanecem num patamar mais elevado em cursos de Direito, mas que existe um pequeno rol de instituições privadas que se destacam tanto quanto elas no ensino jurídico. O executivo também destaca que a experiência obtida após a formação é, atualmente, mais importante na contratação do que a vertente da faculdade cursada.

Além da graduação, veja também como a educação continuada se destaca no currículo dos profissionais jurídicos corporativos, podendo contribuir com uma atuação especializada dentro do departamento.

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