Onde estudaram os heads jurídicos, financeiros e de compliance das maiores empresas? | Análise
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Onde estudaram os heads jurídicos, financeiros e de compliance das maiores empresas?

A 17ª edição do anuário Análise Executivos identifica 3 mil profissionais em 1,5 mil companhias e revela as universidades de preferência deles

12 de July de 2024 7h

Dados do ANÁLISE EXECUTIVOS 2024 - anuário que identifica 3 mil profissionais em 1,5 mil companhias - mostram que a maior parte dos executivos jurídicos, financeiros e de compliance graduaram-se em universidades privadas. No entanto, essa é apenas uma das várias estatísticas que detalham a formação dos profissionais à frente dos departamentos das maiores empresas do Brasil.

A formação em Direito é a base para 93% dos executivos jurídicos que responderam à pesquisa, mas ainda há quem ocupe o cargo com diplomas em Ciências Sociais (2%), Ciências Contábeis (1%) e Ciências Econômicas (1%). Outros 3% têm formações diferentes. Há dez anos, a edição de 2014 registrou que o curso de Administração de Empresas era a formação básica para 5% dos executivos jurídicos.

A preferência por instituições privadas é evidente tanto na graduação quanto na pós-graduação e no mestrado. Segundo o anuário, 76% dos executivos são graduados por essas instituições, enquanto 24% são formados em universidades públicas.

E diante de tantas universidades, quais foram as escolhidas pelos executivos? Três delas concentraram a maior parte dos atuais executivos financeiros: PUC-SP (10%), Mackenzie (10%) e FMU (8%). Entre as 14 mais bem ranqueadas na publicação, apenas quatro são públicas. Veja os dados completos sobre a formação acadêmica dos executivos jurídicos.

Ao longo da carreira, questões fora do escopo acadêmico se colocam à frente dos responsáveis pelos departamentos, segundo Gabriela Cavalcanti, gerente jurídica do Grupo Santillana Educação. Cursos e especializações que vão além do diploma tentam preencher essa lacuna.

"É preciso se aprofundar na questão de negócios, seja em noções contábeis, tributárias ou comerciais que não são aprofundadas em sala de aula", diz. "Muita coisa eu aprendi no dia a dia da empresa. A prática é muito importante."

O tempo médio de formado dos executivos jurídicos pesquisados é de 23 anos, mas a faculdade é só o começo da jornada. Cerca de 36% desses profissionais estão fazendo algum curso; 28% deles estão matriculados em uma especialização, enquanto 15% cursam MBA, 5% mestrado, e 5% são professores em alguma instituição. Em relação às experiências acadêmicas no exterior, 31% dos heads jurídicos têm LL.M obtidos fora do Brasil, e 17% têm especialização internacional.

Entre os executivos financeiros, 67% se graduaram em universidades privadas e 33% em públicas. No entanto, há uma maior diversidade na formação básica deles: 36% se formaram em administração, 26% em ciências contábeis, 16% em ciências econômicas, 13% em engenharia, 3% em direito e 6% em outros cursos.

A pesquisa da Análise sugere que é necessário um pouco mais de experiência para ocupar cargos neste departamento. A maior faixa de tempo de formado é de 21 a 30 anos, representando 49% dos participantes. A segunda faixa mais comum é entre 31 e 40 anos, com 25%, enquanto apenas 2% dos participantes têm menos de dez anos de formado.

A ordem das instituições onde os heads financeiros se graduaram é mais conservadora. Apesar da - quase - predominância de universidades particulares, a USP é a que formou o maior número de executivos, com 10%, mantendo o mesmo nível de dez anos atrás, conforme o ANÁLISE EXECUTIVOS 2024.

O anuário também mapeou a localização das instituições de graduação: São Paulo lidera com 51%, seguida por Minas Gerais com 15%, Rio de Janeiro com 10%, Paraná com 8%, Rio Grande do Sul com 6%, e Santa Catarina e Bahia com 2% cada. Confira as informações apuradas sobre a formação dos executivos financeiros.

O esforço por uma melhor educação — seja com a revisão da grade curricular, parcerias internacionais ou a implementação de novas tecnologias — também é responsabilidade da instituição, afirma Aurélio Rodrigues Melo, COO e VP de operações, finanças e eficiência operacional do Centro Universitário FMU.

No exterior, as principais instituições estão na Argentina: a Universidad de Buenos Aires (UBA), com 10% dos formados fora do Brasil; a Universidad Nacional de Lomas de Zamora, com 6%; e a Universidad Nacional de Mar del Plata, com 6%, são as três mais bem classificadas da lista.

"Onde você consegue buscar a melhor formação hoje, independentemente de ser particular, privada ou estrangeira, é [preciso] olhar para o corpo docente e verificar se ele se conecta com aquilo que você quer fazer", diz Melo. "Existem universidades com movimentos muito interessantes. Nós mesmos acabamos de lançar as escolas ‘Up Level’, que conectam totalmente [os alunos] ao mercado de trabalho com práticas e laboratórios."

Os executivos de compliance têm números parecidos com os outros quando o assunto é graduação: 76% se graduaram em instituições privadas, com o curso de direito sendo o mais comum, escolhido por 42%. Mas esses heads tendem a ser mais novos, com um tempo médio de formado de 21 anos.

Certificações específicas em compliance aparecem entre a maioria das respostas sobre educação continuada, como a Legal, Ethics & Compliance, feita por 33% dos participantes da pesquisa; a Soc. Of Corp. Compliance & Ethics, nos EUA, por 21%; e The Institute of Internal Auditors, também nos EUA, com 3%. Conheça os detalhes sobre a formação dos executivos de compliance.

A pesquisa do ANÁLISE EXECUTIVOS 2024 também fornece informações acadêmicas detalhadas sobre os executivos jurídicos que atuam simultaneamente na área de compliance. Saiba mais sobre a formação acadêmica desses profissionais

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