DESAFIO
Mais de 116 bilhões foram gastos em 2023, no Brasil, com as lides predatórias, artificiais ou fraudulentas, de acordo com dados da Justiça em números de 2023. E essa realidade é respaldada pelas dificuldades vividas por todos os clientes corporativos do contencioso massificado do Pessoa e Pessoa Advogados. Afinal, boa parte das 300 empresas que são clientes do escritório, atualmente, sofrem as consequências e os impactos negativos deste tipo de lide em suas respectivas carteiras processuais.
Por conta dessa conjuntura adversa que se faz presente na operação de muitos departamentos jurídicos de grandes empresas no Brasil, a área Cível do Pessoa e Pessoa instituiu um Núcleo Interno de Monitoramento e Combate à Advocacia Predatória. No entanto, além de toda a gestão do enfrentamento destas lides no processo e no diálogo com o Judiciário, o grande desafio deste núcleo era exatamente de desenvolver uma ferramenta que possibilitasse a escalabilidade da atuação do escritório para esse tipo de demanda numa operação de contencioso de volume nacional.
SOLUÇÃO
Como a combinação de dados, tecnologia e estratégia é fundamental para uma atuação efetiva contra às lides predatórias no contencioso de volume, um dos principais projetos de tecnologia desenvolvidos para apoiar a operação deste núcleo foi a Pepê Anti-Fraude: um robô de inteligência artificial voltado para monitoramento e análise de documentos fraudulentos.
Essa tecnologia de combate às possíveis lides fraudulentas funciona por meio de um sistema de automação inteligente, dividido em três grandes etapas:
1 - Etapa 01 (entrada)
A Pepê coleta de forma automatizada e escalável os dados dos processos nos tribunais, juntamente com o download dos documentos da parte autora.
2 - Etapa 02 (processamento)
Após a etapa de coleta e extração de dados, o robô realiza a organização e catalogação dos documentos, juntamente com as informações adquiridas em um banco de dados específico, que foi estruturado para essa operação. A Inteligência artificial que compõem a Pepê lê e interpreta os documentos do banco para apontar padrões suspeitos nos comprovantes de residência, indicando a possibilidade de fraude por meio de adulteração desses documentos.
3 - Etapa 03 (saída)
Por fim, todo o resultado da análise realizada na etapa anterior por meio da inteligência artificial da Pepê é exibido em um dashboard detalhado, com vários gráficos e informações estruturadas sobre os possíveis indícios de fraudes, que geram insights acionáveis numa carteira de volume. A partir desse Dashboard, é possível, por exemplo, a análise diária do número de ajuizamentos por advogado, comparando percentualmente a variação e análise nos autos de diversas variáveis de indicativos de lide predatória.
RESULTADO
Um dos principais resultados gerados pela Pepê Anti-Fraude na operação do Núcleo Interno de Combate à Advocacia Predatória foi a análise em volume. Em menos de três dias, essa tecnologia conseguiu coletar e analisar mais de 30 mil documentos ligados à carteira nacional de um único cliente do contencioso de volume.
Além da produtividade, o robô possibilitou a melhoria da acurácia desta análise com a redução de erros humanos e uma identificação mais eficaz de indícios de fraudes em documentos. Afinal, a Pepê adota uma solução de IA especialista e própria do escritório, que evolui de forma incremental, isto é, uma tecnologia que se aprimora ao longo do próprio tempo de uso dentro de uma carteira contenciosa de volume.
Um outro resultado importante foi o aumento da redução do tempo e eficiência na identificação de possíveis fraudes. E essa melhoria de performance analítica gerou como consequência um maior poder de atuação do núcleo do escritório no enfrentamento de fraudes dentro dos processos em si, bem como na adoção de medidas administrativas e até criminais contra possíveis advogados agressores.
Por fim, como a Pepê anti-fraude pode ser adaptada às necessidades específicas do sistema de cada tribunal ou órgão público, ela possibilitou ainda uma escalabilidade e flexibilidade de funcionamento com os diferentes sistemas de informação adotados pelos tribunais e órgãos públicos no Brasil.