DESAFIO
Foi constatado um aumento considerável de condenações em ações judiciais por colisão de veículo de um dos clientes do Schuch Advogados e Associados, que possui uma numerosa frota de caminhões de coleta de resíduos. A fim de compreender o contexto e interpretá-lo, foi utilizado o Kurier Analytics, plataforma de jurimetria que nos ajudou a atuar de forma estratégica no caso.
SOLUÇÃO
Dentro do corpo técnico do escritório, o Schuch Advogados e Associados possui advogados que se dedicam a análise dos dados jurídicos constantemente, gerando relatórios e reportando os resultados aos gestores.
Graças ao Kurier Analytics, o escritório conseguiu extrair métricas que indicam advogados ofensores que possam estar praticando captação predatória, aumento de ações distribuídas que podem indicar uma falha na operação, bem como indicativo de sentença inicial (resultados) dentre outros.
Com a utilização da plataforma, a partir da aplicação de filtros, foi possível separar ações judiciais, nas quais o cliente em questão figurava no pólo passivo, nas UFs de atuação do escritório, com indicação de "tipo de assunto" acidente de trânsito, no qual a informação é extraída da capa do processo e, portanto, preenchida pelo advogado adverso que distribuiu a ação. Nesse sentido, a análise do corpo técnico se torna fundamental para confirmação dos dados, que podem conter erros de preenchimento.
Voltando ao caso concreto, cumpre destacar que nas colisões de trânsito que não resultam em feridos, ou seja, aquelas consideradas leves, não é mais necessário aguardar a autoridade policial para efetuar registro de acidente de trânsito. As partes envolvidas podem fazer registros fotográficos, angariar testemunhas que tenham presenciado no local e retornar a sua rotina fazendo então o BRAT - Boletim de registro de acidente de trânsito sem vítimas em momento posterior.
A exceção da colisão de trânsito traseira, onde a responsabilidade é presumida, acaba ficando muito difícil fazer a prova da real dinâmica dos fatos sem um conjunto probatório robusto.
E este foi o fato que chamou atenção do escritório: por que estavam sendo condenados em ações de indenização por danos materiais ocasionados por acidente de trânsito se a colisão não havia sido traseira e o único documento comumente juntado pelas partes contrárias era o BRAT desacompanhado de qualquer outra prova?
Partindo para uma análise técnica de cada processo judicial que envolvesse esta matéria, foi percebido que os condutores dos veículos do cliente, ao preencherem o documento que seria destinado à seguradora para cobertura dos danos, talvez como uma forma de proteção de eventual responsabilização pessoal, indicavam que a colisão havia se dado no ponto cego do caminhão.
Ainda esmiuçando os casos, foi descoberto que as sentenças que imputavam responsabilidade à sua cliente condenando-a em danos materiais, fundamentavam as condenações no fato de termos juntado documento que indicava que a colisão havia se dado no ponto cego do caminhão e que, ao assumir a existência deste ponto sem visão era chamada a responsabilidade para a banca e a cliente.
Com esses dados e métricas em mãos, inicialmente coletados no Kurier Analytics, o escritório orientou que os condutores não mais indicassem esses dados no documento oficial, revertendo essas condenações e tendo as sentenças passado para um indicativo de improcedência por ausência de prova de responsabilidade.
Veja: não houve qualquer orientação para que os condutores alterassem a verdade dos fatos ou omitissem informações. Conforme dito acima, os colaboradores da empresa entendiam que se indicassem que o acidente havia se dado no ponto cego eles estariam se protegendo de eventual responsabilização em virtude da colisão. Trata-se mais de uma mudança de cultura interna e acolhimento da empresa.
A plataforma de jurimetria da Kurier foi fundamental para dar início à atuação estratégica do escritório no caso, os munindo com as informações necessárias para trilhar o caminho correto e garantir a mitigação de prejuízos para o cliente.
RESULTADO
Foram analisados por amostragem cerca de 67 casos, com distribuição entre 2017 e 2020 já sentenciados.
Essa estratégia foi adotada com a entrada do Analytics Kurier na operação do escritório. Com o apoio da equipe de pós-venda e Costumer Success foram conjuntamente entendendo a usabilidade do sistema e possíveis estratégias.
Destes casos, 54 já estão sentenciados.
Antes da verificação de possíveis estratégias aliando técnica à tecnologia, o percentual de parcial procedência (em casos de colisão leve é pacífico não haver condenação em moral, restando então a condenação de dano material pelo reparo do veículo) era de cerca de 63%, ou seja, 34 casos.
De 2020 em diante, com o ajuste da operação e argumentação jurídica, pode-se dizer que em 17 casos distribuídos, o escritório tem 7 sentenciados sendo 6 de improcedência por falta de comprovação dos fatos pela parte de Autora considerando BRAT como documento unilateral e inapta a fazer prova a da responsabilidade e somente 1 de parcial procedência condenando o cliente na devolução dos valores pagos no reparo do veículo.
Dessa forma, fica perceptível a melhora nos resultados obtidos. Anteriormente, o percentual de parcial procedência dos processos era bem mais alto (63%), a partir do momento em que o escritório atuou com a nova estratégia, a proporção de casos procedentes sentenciados contra o cliente diminuiu significativamente.