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Análise

Tempo para o essencial: advogar!

Por Rafael Caillet, CEO da Oystr e especialista em automação de processos jurídicos

7 de July de 2022 12h

Visando transformar a realidade dos escritórios e valorizar a atuação dos profissionais, a tecnologia na advocacia tem se mostrado uma aliada estratégica indispensável

Atualmente, é praticamente impossível discutir a inovação no cenário empresarial sem abordar o impacto da transformação digital sobre as empresas. Em meio a desinformações e pensamentos contrários à utilização da tecnologia no ambiente corporativo, é cada vez mais nítida a importância do componente tecnológico para a sustentação de processos orientados à excelência operacional.

Felizmente, esse é um quadro que está mudando gradualmente, e a tendência é de que os gestores visualizem oportunidades únicas por meio da digitalização. Ao contextualizarmos o tema para a tecnologia na advocacia, a proposta não é diferente. Dentro do Direito, a figura central sempre permaneceu sobre os ombros do advogado, peça-chave para que os processos caminhem e os escritórios conquistem resultados satisfatório. De fato, os profissionais do segmento jurídico exercem um papel essencial, não há como negar.

No entanto, ao longo dos anos, a sobrecarga desses profissionais com atividades que fogem totalmente do escopo da função, exige um desgaste desnecessário por parte das pessoas. A transformação digital é, além de outras denominações, uma aliada da valorização humana. Por isso, a relevância de se abordar o assunto com transparência e objetividade.

No cotidiano de um escritório de advocacia, existe uma grande variação de procedimentos burocráticos e repetitivos que demandam um tempo hábil e que, com o apoio da tecnologia, poderia ser mais bem aproveitado e redirecionado. Isso se justifica, na medida em que, ocorre a automatização dessas etapas operacionais, liberando os profissionais para que possam, de fato, advogar e cumprir funções de alto teor estratégico.

O resultado é um salto na produtividade de equipes engajadas e respaldadas digitalmente, em meio à otimização de processos suportados pela assertividade da máquina. Muito mais agilidade e eficiência no desentrave de pontos corriqueiros em uma rotina jurídica, favorecendo o aumento nas entregas e o próprio crescimento do negócio.

Para se ter uma ideia, de acordo com o relatório Technology and Innovation in Legal Services, encomendado pela Solicitors Regulation Authority, os escritórios de advocacia estão investindo em tecnologia e novas formas de prestar serviços. O estudo apontou que 55% dos participantes melhoraram ou aumentaram o uso de tecnologia em seus escritórios de advocacia. Já 48% promoveram mudanças significativas na forma de prestar e entregar seus serviços jurídicos. 

As mudanças são diversas, desde a implementação de sistemas de videoconferência para reuniões, armazenamento de dados na nuvem, utilização de softwares para gestão prática, sistemas de pesquisa jurídica, entre outros. 

Diante de tantas mudanças no âmbito jurídico, vale reforçar que não existe transformação digital sem uma transformação cultural. Todo movimento de inovação reflete no campo de atuação das pessoas, componentes centrais de qualquer organização.

O trunfo da tecnologia na advocacia pode ser sentido em diversas formas. Desde interfaces concebidas para serem amigáveis, isto é, adaptativas e compreensivas para que o usuário tenha tranquilidade ao utilizá-las, à criação de políticas de relacionamento e interação com os clientes, que sejam condizentes com as demandas do mercado.

Por isso, a importância de se adotar uma visão macro sobre o assunto. A transformação digital não é uma tendência passageira ou superficial, que pode ser deixada de lado ou renegada, pelo contrário, trata-se de uma movimentação positiva e alinhada com empresas preocupadas com o crescimento do negócio e a produtividade de seus profissionais.

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