O que obras tão diferentes como "Dom Casmurro", de Machado de Assis; "Lolita", de Vladimir Nabokov; "Liberdade" de Jonathan Franzen; "Memórias de minhas putas tristes", de Gabriel García Márquez; "As brasas", de Sándor Márai; "A restauração das horas", de Paul Harding e "Infiel", de Ayaan Hirsi Ali podem ter a ver com o universo jurídico? Independente da temática, de ser um clássico da literatura ou obra contemporânea, os livros sempre são capazes de trazer reflexões que podemos aplicar na nossa vida pessoal e profissional.
Podemos ir além de bibliografias óbvias e obrigatórias para quem atua no Direito como os livros de cursos de Direito Civil, criminal, processo civil e comercial, geralmente complexos e densos. Quando o assunto é ampliar conhecimento através dos livros, não importa o gênero literário. Foi com o objetivo de estimular o prazer da leitura, fugindo de obras estritamente jurídicas, que nasceu o Clube do Livro no Candido Martins Advogados. A intenção é que a iniciativa seja algo leve, que entretenha, diminua o estresse e integre toda a equipe em uma atividade conjunta.
A ideia começou em 2012 e, desde então, já foram mais de 40 títulos lidos pela equipe. De tempos em tempos, os profissionais do escritório ajudam a eleger um livro, sendo a escolha livre, mas considerando relevância de temas e autores. Todos são convidados a se engajar de forma voluntária, sem distinção, seja advogado, estagiário, do setor administrativo, e, algumas vezes, até clientes. Durante um café da manhã, o time se reúne para fazer uma breve apresentação da obra e abrir espaço para debates. Nem a pandemia atrapalhou o projeto. Mesmo à distância, demos continuidade ao Clube do Livro e adaptamos as reuniões para o ambiente virtual.
Ao longo desse tempo, é interessante perceber o envolvimento dos participantes e as contribuições positivas da prática. Nas discussões, que empolgam e podem ser longas, os leitores compartilham as suas percepções, trazem críticas sociais e questões polêmicas. A diversidade de opiniões favorece a troca entre as pessoas. Os que ficaram de fora, por vezes, se arrependem e se sentem estimulados a ler aquele título ou participar da próxima rodada. Quem gosta e se interessa pelo título escolhido, recomenda para outros, e assim uma corrente é gerada.
Não é segredo que a leitura pode trazer benefícios para o nosso desenvolvimento. Ela melhora a capacidade de expressão, a escrita, a análise crítica, amplia os conhecimentos, características tão importantes para a carreira jurídica. Outro ponto que merece destaque foi como evoluímos também no poder de negociação e de argumentação, a partir do que aprendemos com os livros. Mais uma vantagem para quem atua na área.
Infelizmente, estamos falando de um país que ainda tem baixos índices de leitura, quando comparado a outros lugares do mundo. Uma pesquisa do Instituto Pró-Livro, de 2016, mostrou que 56% dos brasileiros com mais de cinco anos são considerados leitores regulares (leram ao menos um livro, seja inteiro ou em partes, nos últimos três meses), Segundo os dados, o brasileiro lê em média dois livros por ano sendo que em países desenvolvidos a média pode chegar a sete livros.
O Candido Martins Advogados está fazendo a sua parte para incentivar o importante e valioso hábito de ler. Com certeza, o livro tem a capacidade de ampliar nossas visões de mundo e até de atingir o nosso íntimo. Com o Clube do Livro, queremos tornar essa uma prática prazerosa e que faça parte da rotina. Quem sabe mais instituições e escritórios também gostem da ideia e adotem a inciativa, não é mesmo?