Na última década o mundo passou pela revolução do consumo de conteúdo on-demand e uma explosão das plataformas de streaming sem precedentes. Para quem viveu a década de 90, quando presenciamos a chegada da TV por assinatura com os seus mais de cem canais de programação disponíveis, não poderia imaginar que este imenso cardápio sairia das mãos do programador para o espectador. Hoje em dia com poucos cliques, cada um de nós tem o poder de escolher quando e como consumir informação. Neste contexto, as preferências em relação aos canais de consumo de informação emergiram, seja pela rápida adoção tecnológica ou pelo resgate de hábitos que marcaram antigas gerações, a exemplo do rádio.
O rádio surge nos anos 20, e durante décadas torna-se a principal fonte de informação e entretenimento do mundo. A cultura do áudio enraíza-se nas sociedades até a rápida expansão da televisão, que se tornou o principal meio de comunicação até o final do século XX. Mas a vida permeada por horas dedicadas ao trânsito urbano e a necessidade latente de manter-se cada vez mais informado, fez com que o rádio permanecesse firme como um importante referencial de conteúdo e entretenimento. E no momento em que essa referência toma impulso nas plataformas tecnológicas, experimentamos uma nova revolução.
Assim o áudio ressurge com todo o vigor dos anos 20, através das plataformas de streaming com conteúdo desenvolvido especialmente para este canal, permitindo acessá-lo em deslocamento, no trabalho ou em casa, sem necessidade de interromper outra atividade. Esse movimento explica a evolução do podcast e seu potencial de crescimento em todos os mercados, de acordo com uma pesquisa do Ibope de novembro de 2019, 40% dos 120 milhões de internautas brasileiros já escutaram um podcast.
Porém a competição pela audiência tornou-se muito mais difícil com a quantidade de canais e conteúdos disponíveis. A relevância passou a ser a chave para um marketing de sucesso e o mercado jurídico não ficou alheio a essa tendência. Os dados que podemos reunir hoje em dia com base na jornada dos nossos clientes nos permite conhecer seu comportamento e suas preferências, com isso há uma expectativa que os escritórios de advocacia sejam produtores de conteúdo, dividindo com seu público o conhecimento e credibilidade de seus profissionais.
Na escolha de um canal adequado para falar com seus clientes, o mercado jurídico tem experimentado a rapidez e abrangência dos podcasts e essa iniciativa já se mostra eficiente, mesmo quando tratamos de assuntos específicos e mais especializados, como Direito bancário ou societário. Podemos tratar de um tema com mais detalhes, exemplos e discussões, traduzindo de forma eficiente temas que nem sempre são tão claros nos artigos jurídicos, além de ter espaço para convidados que podem enriquecer o programa com vários pontos de vista. A sua durabilidade também é maior, pois até hoje vemos clientes escutarem os nossos programas após um ou dois meses do seu lançamento.
Para um bom resultado é necessário qualidade, planejamento e comunicação atraente e assertiva. Isso só é possível quando os sócios e advogados estão engajados com as ações de marketing e as ações planejadas em conjunto trazem resultados imediatos de novos contatos, encurtando a distância entre clientes e escritório.
O podcast precisa fazer parte de uma estratégia de conteúdo multicanal bem estruturada, utilizando e-mail, redes sociais e site para sua divulgação. Os feedbacks orgânicos das redes sociais trazem ideias para novos conteúdos e permitem iniciar um diálogo com nossos seguidores, promovendo uma fonte inesgotável de temas e de meios para constantes melhorias no material divulgado. Assim, a probabilidade dessa alternativa ser bem-sucedida no marketing jurídico torna-se ainda maior.