O Bate-papo com Análise desta quinta-feira (28) abordou um tema bastante atual e importante: marketing jurídico. Com o novo provimento aprovado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que busca modernizar a forma como os advogados podem fazer publicidade, a Análise Editorial decidiu organizar um debate sobre o tema e convidar grandes especialistas no assunto: Ary Raghiant Neto, corregedor nacional e secretário-geral adjunto do Conselho Federal da OAB; Greice Stocker, conselheira federal e relatora do novo provimento da OAB e Juliana Pacheco, fundadora da JP Gestão Legal e do BuscaJur. A conversa, comandada por Silvana Quaglio e mediada por Alexandre Secco, também contou com a presença de Alexandre Raciskas, diretor comercial da editora.
O novo provimento, que demandou cerca de dois anos de pesquisas, estudos e audiências públicas para ser formulado e lapidado, está em vigor desde agosto deste ano e permite aos advogados a exploração de novas possibilidades na comunicação e publicidade. Ele foi elaborado para substituir o provimento anterior (nº 94/2000), que estava defasado e restringia as oportunidades dos profissionais jurídicos em relação aos dias atuais.
Sobre os primeiros meses de vigência das novas normas, Ary ressaltou a novidade do tema, explicando que ainda não era possível ter uma noção de erros e acertos, além de desmistificar uma polêmica surgida no primeiro momento em que as regras foram divulgadas: de que a OAB queria interferir na vida pessoal dos advogados, proibindo a chamada "ostentação" nas redes sociais. O corregedor esclareceu que o provimento não proíbe a ostentação na vida pessoal do profissional, mas sim o seu uso com o objetivo de captar serviços e relacionar bens materiais ao sucesso profissional. Em linhas gerais, Raghiant Neto analisou que surgem dúvidas aqui e ali, mas que as pessoas estão se adaptando e que o cenário está mais calmo depois de alguns meses de vigência das novas normas.
Ainda em uma análise sobre as novas regras Greice afirmou que elas vieram para organizar mais sistematicamente a publicidade na advocacia e enfatizou que representam a própria realidade que já acontecia na área, sendo justamente esta a sua maior inovação. Na mesma linha de pensamento de Ary, quanto à novidade do provimento, ela frisou que ainda é cedo para propor mudanças e que muitas dúvidas ainda irão surgir; em virtude disso, foi criado um Comitê Regulador, com o objetivo de sanar todas as incertezas dos advogados sobre o tema e diminuir a "fila de reclamações". Além disso, a conselheira enxerga que o novo provimento pode sofrer atualizações sempre que necessário, diante de novidades tecnológicas e opiniões divergentes.
Juliana elencou os dois maiores ganhos que a advocacia teve com o as novas normas. Primeiro, o tabu sobre marketing na área acabou, agora é possível realizar um planejamento voltado ao tema, eliminar o receio sobre a produção de marketing de conteúdo por advogados pois com as novas regras basta respeitar as restrições e aproveitar estratégias e oportunidades. Segundo, o provimento trouxe segurança jurídica, tanto para profissionais de marketing quanto para advogados e escritórios de advocacia, afinal agora eles sabem que tipo de publicidade podem fazer e quais artifícios de comunicação utilizar.
Rankings e premiações em harmonia com o novo provimento
Pensando na produção de conteúdo relacionada ao universo jurídico, Raciskas questionou os convidados sobre como as novas normas se aplicam à premiações e listagens que contemplem advogados e escritórios. Ele utilizou o anuário ANÁLISE ADVOCACIA como exemplo, no qual são ranqueados escritórios de advocacia e advogados através dos votos de executivos jurídicos e financeiros das maiores empresas do Brasil, tendo como critério a admiração. Alexandre ressaltou que a publicação tem metodologias objetivas, transparentes e auditáveis, mas lembrou que, para sua manutenção, são necessárias inserções publicitárias; no caso deste anuário, tais inserções trazem o conteúdo dos próprios escritórios, como seus sócios e trajetórias profissionais e acadêmicas.
Ary respondeu que, durante os dois anos de pesquisas e debates para a formulação das novas regras, foram realizadas reuniões - em todo o Brasil - com profissionais de diversas áreas, que estavam direta ou indiretamente envolvidas com o projeto, incluindo os de veículos de comunicação voltados ao universo jurídico, como a Análise Editorial. Ele afirmou que o diálogo com a editora foi importante na construção do texto, pois a ideia do provimento não é prejudicar publicações profissionais, que possuem critérios científicos de avaliação, mas sim dificultar as premiações sem nenhum tipo de avaliação concreta, as chamadas "pagou, está dentro".
Na mesma linha, Juliana pontuou que os rankings jurídicos têm um importante papel na questão da diferenciação, pois num mercado onde diversos escritórios oferecem serviços nas mesmas áreas, é importante destacar quem merece pelo trabalho que desempenha, não aqueles que pagam para figurar em uma lista. Ela enfatizou que o novo provimento beneficia publicações idôneas, como o ANÁLISE ADVOCACIA, sem prejudicar os anúncios simples de publicidade profissional.
Com um novo cenário estabelecido entre os mundos da publicidade e da advocacia, a Deep Content - butique de comunicação e marketing especializada na área jurídica - lançou, em parceria com a Análise Editorial, o primeiro guia de comunicação e marketing jurídico totalmente alinhado com as novas regras da OAB. A união de esforços dos dois veículos agrega tanto a preocupação da Análise Editorial em ter seus anuários rigorosamente alinhadas ao novo provimento, quanto a qualidade de produzir guias e conteúdos exclusivos que a Deep Content oferece ao mercado. Esta junção resultou num material que irá orientar advogados e escritórios a construir uma relação mais moderna entre advocacia e marketing. Clique aqui para conferir.