A premiação do anuário EXECUTIVOS JURÍDICOS E FINANCEIROS de 2023 teve um pódio inédito: três mulheres ocuparam o primeiro, o segundo e o terceiro lugar do ranking dos executivos jurídicos Mais Admirados do País. Eleitas pelos seus pares, Josie Jardim (Amazon), Erica Barbagalo (Bayer) e Luciana Nunes Freire (Fiesp) são prova de que o mercado de trabalho mudou e está cada dia mais aberto às mulheres.
Com três décadas de experiência na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Luciana, atualmente diretora executiva jurídica da empresa, conta que não imaginava que esse cenário fosse possível no início de sua carreira no universo do Direito.
Ela, que subiu várias posições em comparação com os anuários dos anos anteriores, atribui o reconhecimento à amplitude de seu trabalho e ao suporte dado pela Fiesp. "Atuei muito nos últimos anos na área legislativa e no Judiciário. Devo tudo à empresa na qual trabalho há 30 anos."
A mesma percepção é compartilhada por Erica, vice-presidente jurídica da Latam. "Acredito muito no sucesso coletivo. É o reconhecimento de uma equipe que me apoia, me deixa sonhar alto e ir mais longe." Ela ficou em segundo lugar como Executiva Jurídica Mais Admirada do Brasil.
Ela aponta que o resultado da votação feita pelos seus pares muda o cenário do mercado na perspectiva daqueles que estão chegando nesse universo. "A gente vai trazendo mais equidade para o mundo jurídico. Isso é uma mensagem também para as mulheres que estão começando na carreira. É uma alegria imensa poder representar outras mulheres", disse Erica.
Josie Jardim, diretora jurídica da Amazon e campeã do pódio há oito anos, esteve na mesa de abertura do evento e reforçou a necessidade de usar o protagonismo conquistado arduamente em prol da ampliação da representatividade.
"Sou uma feminista branca. Estou em um lugar de privilégio no qual preciso carregar o recorte de raça. Temos a responsabilidade de fazer a mudança e não podemos dizer que é um problema dos outros." Ela criticou o perfil tradicional de chefias no mundo jurídico, tanto em empresas quanto em escritórios de advocacia, e arrematou: "Não é possível crescer sozinho e nem nesse modelo".