Uma nova ferramenta de inteligência artificial começou a ser usada no Brasil no segundo semestre de 2025 com a proposta de aprimorar o monitoramento da reputação digital de escritórios de advocacia, empresas e personalidades. A tecnologia rastreia menções online, identifica riscos de imagem e busca antecipar tendências que podem evoluir para crises.
A Análise Editorial teve acesso a IA e avaliou sua funcionalidade. O Claritor monitora em tempo real as menções em sites de notícias, portais especializados, fóruns e redes sociais. A IA ainda faz classificações dos comentários entre positivos, negativos e neutros. Além disso a plataforma sinaliza possíveis crises reputacionais que podem atingir grandes patamares.
Para conhecer a plataforma clique aqui.
A plataforma também analisa o contexto das menções, cruza dados e sugere possíveis linhas de ação. A ideia é oferecer insumos para que equipes de escritórios, empresas ou marcas possam reagir de forma mais estratégica. Em caso de aumento repentino de citações, o sistema dispara alertas em tempo real por WhatsApp, e-mail ou SMS.
Impacto da IA no mercado jurídico e corporativo
No ambiente jurídico e empresarial, a gestão de reputação historicamente dependeu de relatórios periódicos e monitoramentos manuais, o que retardava a identificação de riscos. O Claritor se insere nesse cenário oferecendo módulos que buscam antecipar movimentos de crise e apoiar reações mais rápidas. Para escritórios, a ferramenta pode funcionar como um recurso adicional de proteção da imagem de sócios, equipes e clientes.
Segundo Márcio Apolinário, criador da plataforma, a ferramenta age antes que um pequeno risco, vire uma crise de fato. "O Claritor atua como um radar preditivo da reputação digital. Ao transformar grandes volumes de dados em alertas acionáveis, a plataforma permite que empresas identifiquem sinais de desgaste de imagem ainda em estágio inicial, antes que se consolidem em crises. Essa capacidade de antecipação reduz significativamente o risco reputacional, pois possibilita respostas rápidas, calibradas e alinhadas ao contexto em que a marca está inserida".
A velocidade no tempo de resposta também pode beneficiar as empresas para a tomada de decisões em momentos de crise. "Em cenários de crise, a diferença entre conter um ruído e enfrentar um dano estrutural à reputação está na velocidade da informação. Por isso, desde os primeiros modelos da IA, nós tínhamos como premissa permitir acompanhar picos de menções em tempo real e oferecer insumos confiáveis para que a empresa ou personalidade aja com agilidade e precisão, reduzindo a assimetria de informações e aumentando a efetividade da tomada de decisão", detalha Apolinário.
A tecnologia na prática
No mês passado, a Análise Editorial colocou o Claritor à prova para entender como a ferramenta reage ao ritmo acelerado das informações online. A lógica por trás do teste foi simples: em um cenário em que a reputação de empresas, escritórios e figuras públicas pode ser afetada em minutos, não basta apenas acompanhar menções na internet — é preciso interpretar rapidamente seu peso e definir respostas adequadas.
Esse movimento reflete uma tendência já percebida no meio jurídico e corporativo. O uso de estratégias tradicionais, como clipping de notícias ou alertas automáticos do Google, tem se mostrado limitado para lidar com a complexidade atual das redes sociais e do noticiário digital.
Um caso de alta exposição
Para verificar o desempenho do sistema em um ambiente real, a Análise configurou o monitoramento em torno do ministro Alexandre de Moraes, personagem central na reta final do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A escolha buscou observar como a plataforma lida com situações em que a visibilidade pública é intensa e as menções online se multiplicam rapidamente.
No teste, o magistrado foi monitorado por cerca de um mês.
Entre os dias 4 e 29 de agosto, foram registradas 1.127 menções, com um nota de reputação de 4,2 em 10, indicando predominância de menções neutras e negativas. A distribuição do sentimento foi: 15,5% positivas, 41,3% neutras e 43,1% negativas.
Os resultados por fonte de informação foram:
● X/Twitter: 47% das menções, 58% negativas, alcance potencial de 510,1 milhões de usuários.
● Sites de notícias: 39% das menções, 62% neutras, indicando cobertura mais factual.
● Instagram: 8% das menções, 56% negativas, com alto engajamento e potencial de viralização.
● TikTok: 6% das menções, 43% negativas, relevante pelo alcance e engajamento, apesar do menor volume.
Um dos pontos cruciais do teste foi a oportunidade de correlacionar picos de menções com eventos específicos. Por exemplo, aumentos significativos de menções negativas e neutras que foram associados a decisões ou declarações de grande repercussão.
Os resultados do teste mostram como ferramentas baseadas em inteligência artificial podem ampliar a capacidade de mapear riscos reputacionais em tempo real. Ainda assim, especialistas lembram que nenhum sistema substitui a interpretação humana sobre o contexto e o alcance de cada crise.
O desafio para escritórios e empresas será equilibrar tecnologia e análise crítica, de modo a transformar alertas automáticos em estratégias de comunicação efetivas. Conheça a plataforma clicando aqui.