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Multidisciplinariedade em pauta na live da TV Análise

No bate-papo, os advogados Hugo Filardi, Fernanda Mendonça Figueiredo e Maria Isabel C. de Castro Bingemer compartilharam histórias que vão além do Direito

27 de July de 2023 14h
Multidisciplinaridade - Advocacia para além do Direito

Apresentado por Silvada Quaglio, diretora-presidente e publisher, e Alexandre Secco, sócio e conselheiro editorial da Análise, a live ocorreu na quinta-feira, 27, às 11 horas, na canal do YouTube da Análise Editorial, chamado TV Análise

O evento contou com participação de  Fernanda Mendonça Figueiredo, advogada sênior do Innocenti; Maria Isabel C. de Castro Bingemer, eleita Mais Admirada pelo especial ANÁLISE ADVOCACIA MULHER 2023 e sócia do Dannemann Siemsen; e Hugo Filardi, sócio do SiqueiraCastro e eleito um dos Mais Admirados pelo anuário ANÁLISE ADVOCACIA 2022

Para iniciar o tema, a apresentadora detalhou o currículo do trio. Fernanda é sócia da unidade de Brasília do Innocenti, possui mestrado em direito constitucional e pós-graduação em direito processual civil. Hugo é sócio no Rio de Janeiro do SiqueiraCastro, atua na área de contencioso, é professor e possui mestrado e doutorado em direito do processo civil. Maria Isabel  é sócia do escritório Dannemann Siemsen, com foco na área de propriedade intelectual, e além de outras realizações em seu currículo acadêmico, possui experiência em biotecnologia aplicável à agricultura.

Originária de berço acadêmico em Minas Gerais, Fernanda trabalhou na área civil em Belo Horizonte e chegou a Brasília em 2005 para atuar nos tribunais superiores. Impulsionada pelas demandas do próprio escritório, ela passou a atuar na área de direito público, identificando-se com a matéria e prosseguindo com um mestrado em direito constitucional.

Amante de futebol e torcedor do Flamengo, Hugo tentou ser jogador e só começou a pensar no vestibular quando desistiu de seguir a carreira no esporte e "pendurou as chuteiras". Mesmo assim, ele ainda tinha o desejo de permanecer no mundo esportivo e pensou em seguir o jornalismo para se tornar locutor esportivo. No entanto, convencido pela família, optou pelo direito.

"Eu percebi que [realmente] queria ser advogado quando comecei a observar os grandes advogados aqui do escritório no exercício de suas atividades", contou Hugo, que construiu - e continua construindo - sua carreira no SiqueiraCastro, sua casa há 23 anos.

Maria Isabel escolheu o direito desde o início, pois sonhava em seguir a carreira pública, objetivo que continuou buscando mesmo após a faculdade. Moradora notória da zona sul carioca, Maria Isabel foi ao centro fazer o curso na EMERJ (Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro), que ela definiu como uma formação generalista. Algum tempo depois, encantada pela rotina de um escritório de advocacia, ela chegou ao Dannemann Siemsen, que, apesar de especializado, conta com sócios de formações variadas.

"Essa área do direito, a propriedade intelectual, necessita de subsídios de outros profissionais técnicos. Tanto é que no escritório temos sócios engenheiros, outros formados em farmácia, biologia molecular, tudo isso para poder atuar ativamente em um pedido de patente no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual)", detalhou Maria Isabel.

Fernanda vê a multidisciplinaridade como o contato do corpo jurídico com profissionais de outras áreas e projeta a própria demanda do escritório como ponte de integração no conhecimento de matérias distintas. Ela convive com calculistas, que, por ofício, fazem os cálculos mais complexos da banca.

A advogada ainda afirmou que a prática de integração do direito não é necessariamente nova. "Essa integração entre profissionais do direito e de outros ramos do conhecimento sempre existiu."

Hugo citou a professora e jurista Ada Pellegrini Grinover em um texto publicado na Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1978 - um ano antes de seu nascimento - para abordar o tema que considera contemporâneo, mas cuja prática já é amplamente executada.

Refletindo sobre o texto, Hugo conclui que essa discussão já era tema em décadas passadas, pois traz em seu bojo a preocupação dos advogados em ter uma inserção maior e multidisciplinar na sociedade. "Esse assunto precisa ser resolvido desde a formação dos advogados, mas ele passa também pelo aprimoramento dos escritórios de advocacia, e o aperfeiçoamento dos escritórios como empresas de advocacia", retratou Hugo. 

Maria Isabel precisa traduzir os argumentos técnicos de forma a embasar as demandas do escritório com respaldo jurídico. Como profissional do direito, ela procura não ficar presa apenas ao "juridiquês" e busca compreender a materialidade do objeto que precisa ser executado. A advogada ainda relatou que nota um esforço, mesmo que incipiente, por parte do judiciário para compreender mais além do direito.

"Acontece todo dia, chega uma informação e a gente faz uma troca [de conhecimento]. Com isso, conseguimos ajudar o próprio profissional que está lidando com o INPI e visualizamos lá na frente o que podemos resolver", finalizou a advogada.

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