Lava-Jato, contribuição da imprensa e empreendedorismo na advocacia são destaques em live com Joyce Roysen | Análise
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Lava-Jato, contribuição da imprensa e empreendedorismo na advocacia são destaques em live com Joyce Roysen

A advogada criminalista compartilhou suas opiniões e experiências

19 de August de 2021 17h35

A live promovida pela Análise Editorial nesta quinta-feira (19) contou com a presença de Joyce Roysen, advogada especializada em Direito Penal e sócia administradora do escritório homônimo Joyce Roysen Advogados. A criminalista integra um seleto grupo de advogados eleitos mais admirados em todas as edições do Análise Advocacia. A conversa contou com a participação de Alexandre Secco, sócio e conselheiro editorial; e Silvana Quaglio, diretora-presidente e publisher, ambos da Análise Editorial.

Em um bate-papo franco e descontraído, Joyce Roysen trouxe suas impressões sobre os principais dilemas do Direito Penal brasileiro, como a constante acusação de que os maiores penalizados pelo sistema são pessoas pretas, pobres e em situação de vulnerabilidade. Adotando uma visão mais ampla, a advogada argumentou que os ricos também são vítimas de um preconceito, uma vez que juízes e delegados, em muitos momentos, demonstram total desconhecimento sobre o que os empresários fazem e como suas empresas atuam. Além disso, ela afirmou que grande parte dos problemas não está no Direito, está na educação.

A advogada também foi questionada sobre as transformações pelas quais o Direito Penal passou ao longo dos anos. Com extensa carreira na advocacia, Joyce testemunhou o momento em que os grandes crimes contra a vida perderam espaço nas manchetes de jornais para os crimes financeiros e de corrupção. Em sua opinião, a área Penal foi a que mais evoluiu no Direito. No entanto, ela ainda fez críticas a algumas oportunidades que foram mal aproveitadas por conta de anseios midiáticos, como foi o caso da Lava-Jato.

Em um debate mais aprofundado com Silvana Quaglio, Joyce Roysen reconheceu a importância do papel da imprensa na cobertura de crimes de repercussão nacional e destacou a influencia de possíveis fontes no excesso de informações que são tornadas públicas de forma equivocada. E destaca também que é essencial o cuidado que se deve ter com a exposição de um caso na imprensa, pois, se é abordado com glamour e grande evidência, pode-se colocar em cheque a credibilidade de um trabalho. 

"O dia que você não tiver uma imprensa livre. O dia que você não tiver uma imprensa que chegue a todas as pessoas aí você estará vivendo nas cavernas novamente" comenta Joyce.

Joyce Roysen iniciou a carreira estagiando no escritório do criminalista e ex-procurador estadual Márcio Thomaz Bastos (1935-2014), muito antes dele se tornar ministro da Justiça. Dentre as várias experiências vivenciadas enquanto atuava pelo escritório de Thomaz Bastos, ela se recorda de sua participação nos primeiros casos de crime econômico, logo após a promulgação de uma lei voltada para essa questão, em 1986. A partir dali, segunda ela, sua atuação em diversos casos no âmbito do Penal Empresarial foram fundamentais para ditar o rumo de sua carreira a frente de uma banca altamente especializada.

A advogada também compartilhou diversos momentos em que o fato de ser mulher era encarado com surpresa e até desconforto por parte de seus clientes. Por conta do endereço incomum de sua sociedade de advogados, localizada, a princípio, fora do centro de São Paulo, ela chegou a inspirar alguns comentários sobre essa escolha.

"Foi assim que começou meu escritório, na Faria Lima. E todo mundo achava que eu era louca porque ia trabalhar perto do shopping. Aí vem o preconceito: mulher, sozinha, vai fazer o quê na Faria Lima?" contou a advogada.

Sendo uma pessoa de perfil bastante reservado, a advogada também revelou a razão que a fez optar por deixar de lado as redes sociais como forma de divulgação do seu trabalho. A explicação veio durante uma conversa com Alexandre Secco sobre marketing na advocacia. Sendo uma profissional da área criminal, ela foi enfática ao defender uma postura mais discreta para que seus clientes, e até seus familiares, não sofressem com uma exposição desnecessária.

Antes do fim da live, Joyce compartilhou seus planos de expandir sua atuação para Portugal, país que ela considera uma porta de entrada para a Europa. A penalista ainda deixou uma mensagem aconselhando os futuros advogados que planejam se dedicar no mesmo ramo da advocacia escolhido por ela.

Confira a live na íntegra

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