Os escritórios de advocacia empresarial são essenciais para as empresas, mas nem sempre conseguem atender às expectativas dos clientes. Com o mercado mais complexo e a pressão por resultados rápidos, as frustrações dos executivos com esses serviços têm crescido.
Mais de 900 diretores jurídicos, financeiros e de compliance compartilharam suas insatisfações com os serviços oferecidos pelos escritórios de advocacia empresarial na pesquisa do anuário ANÁLISE ADVOCACIA 2025. Os principais pontos levantados incluem o elevado custo dos honorários advocatícios, deficiências na gestão corporativa, formação profissional inadequada e baixa produtividade. Abaixo, confira as cinco principais queixas com relação aos serviços prestados.
Custo alto dos honorários
O aspecto mais recorrente nas reclamações foi o preço elevado dos honorários contratuais, com oito em cada dez dos entrevistados destacando essa questão. Dentre eles, quase metade afirmaram que os valores são excessivos, enquanto 36% apresentaram concordância parcial.
Os escritórios podem adotar práticas como a transparência tarifária, detalhando claramente os serviços incluídos no contrato, e a implementação de modelos de cobrança flexíveis, como honorários baseados em resultados ou opções de pagamento escalonado.
Gestão ineficaz dos escritórios
A administração precária é uma das principais reclamações dos executivos, com 59% deles expressando insatisfação quanto à gestão dos escritórios de advocacia.
A falta de boas práticas administrativas resulta em atrasos, falhas de comunicação e experiências negativas, além de elevar os custos operacionais, o que intensifica a percepção de desproporção nos honorários cobrados.
Para enfrentar esses desafios, os escritórios podem adotar estratégias como a contratação de profissionais com expertise em gestão, a implementação de softwares que centralizem e automatizem operações e a criação de mecanismos regulares de feedback para promover um diálogo contínuo com os clientes.
Formação inadequada
A falta de qualificação dos advogados foi apontada por 49% dos executivos como um fator significativo para a insatisfação com os serviços prestados pelos escritórios de advocacia. Profissionais despreparados comprometem a confiança dos clientes e, por consequência, afetam negativamente a reputação do escritório.
Essa percepção de inadequação impacta diretamente a valorização dos honorários contratuais, que são vistos como desproporcionais à qualidade do serviço prestado.
Para mitigar esse problema, é essencial adotar medidas corretivas, como a promoção de capacitação contínua por meio de treinamentos regulares e programas de educação continuada. Além disso, é válido avaliar o desempenho dos profissionais por meio de indicadores objetivos e a criação de programas de mentoria para transferir expertise entre as gerações.
Produtividade limitada
A baixa produtividade dos escritórios foi apontada como um problema por 43% dos entrevistados. Em um ambiente corporativo altamente competitivo, a agilidade se torna um fator decisivo.
Escritórios que não conseguem acompanhar essa dinâmica não só frustram seus clientes, mas também comprometem sua posição no mercado. Para reverter esse cenário, é fundamental adotar ações recomendadas como a automação de processos, eliminando tarefas repetitivas por meio da tecnologia; a gestão de prioridades, alocando recursos conforme a urgência e complexidade dos casos; além da otimização da equipe, distribuindo os casos entre profissionais de acordo com suas qualificações.
Alta incidência de erros
Cerca de 40% dos executivos relataram erros frequentes nos serviços prestados, especialmente em atividades relacionadas a litígios e contratos complexos. A sobrecarga de trabalho e a falta de uma revisão cuidadosa são problemas comuns que afetam a confiança dos clientes e aumentam a percepção de que os honorários não são justificados.
Para mitigar esses problemas, é essencial adotar soluções práticas como o controle de qualidade, implementando processos formais de auditoria e revisão; a gestão da carga de trabalho, redistribuindo tarefas para evitar sobrecarga; e a realização de auditorias internas para avaliar rotineiramente os procedimentos e corrigir falhas.