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Executivos jurídicos Mais Admirados compartilham suas vivências e experiências

O programa Análise Advocacia contou com a presença de executivos jurídicos dos quatro setores econômicos presentes na pesquisa

11 de July 8h

Os eleitos Mais Admirados em jurídico, financeiro e compliance pelo anuário ANÁLISE EXECUTIVOS 2024 participaram do Programa Análise Advocacia para contar sobre suas experiências respectivamente nos dias 27, 4, e 11. 

Transmitido ao vivo pela TV Análise, o programa é apresentado pela diretora-presidente e publisher da Análise, Silvana Quaglio, e pelo sócio e conselheiro editorial, Alexandre Secco.

Executivos Jurídicos

Entre os convidados, estiveram presentes Erika Francis de Oliveira Ishida,gerente jurídica da Cargill Agrícola, primeira colocada no ranking do setor de agroindústria; Guilherme Freitas diretor jurídico na MRV Engenharia, primeiro colocado no setor de serviços, Isabella Maciel de Sá, regional diretor Latam South da Abbott, primeira colocada entre os profissionais da indústria e José Aparecido dos Santos, general counsel, diretor jurídico e tributos da Magazine Luiza, terceiro colocado entre os Mais Admirados de comércio.

Na conversa, os convidados puderam contar um pouco de sua trajetória, dar dicas à audiência e contar os desafios que encaram estando a frente dos departamentos jurídicos. Para Erika Ishida o maior obstáculo atualmente extrapola questões que estão postas a mesa há tempos. "Budget, entregar mais com menos, simplificação, isso sempre está na pauta, mas o que eu acho mais desafiador hoje é a multidisciplinariedade das áreas em que atuamos".

"Eu fico pensando em quem está começando agora, não basta saber o direito, tem que saber do negócio, mas não basta saber do negócio, há que se saber do social. Essa complexidade faz com que façamos coisas incríveis, pois é uma engenharia jurídica, e hoje o direito também é engenharia, se não construir um alicerce, você não evolui".

Já Guilherme Freitas pontuou que quem está no mercado há muito tempo vê que o mercado jurídico está se transformando. "Nós temos vivido uma transição, de uma advocacia, inclusive dentro das empresas, que era muito fechada. Eu costumava dizer que o jurídico era uma caixa preta, representada por uma pessoa engravatada com uma dificuldade de interação, de comunicação e que falava difícil para se valorizar".

"A oportunidade que temos hoje dentro das empresas é exponencial. Aqui já tivemos colegas do jurídico que migraram para outras áreas e foram atuar com os negócios, isso há alguns anos isso era impensável".

Isabella Maciel de Sá destacou que é fundamental para um departamento jurídico conhecer o negócio em que atua. "O maior desafio do jurídico é conhecer o seu negócio. Conhecer o seu negócio, quando se atua em um único ramo é um pouco mais fácil, do que quando se tem várias divisões. Conhecer o seu negócio é a melhor maneira de dar boas recomendações, bons conselhos, analisar as melhores alternativas".

"O jurídico atualmente faz muito bem a análise de riscos, administração de riscos, além disso escolher o risco que a empresa pode correr. Não se trata de não ter risco, isso não existe, e conhecer bem o negócio é o melhor caminho para avaliar os riscos a se tomar e mitigar riscos conhecidos".

José Aparecido pontuou que para o comércio, além da adaptabilidade às novas realidades, é preciso conhecer a área de atuação. "O nosso setor econômico de atuação, o comércio, passou por uma transformação digital, o nosso departamento precisou se transformar, se reinventar, melhorar a performance. Mas o principal desafio para mim é uma exigência ainda maior dos departamentos jurídicos para que se tenha um conhecimento 360 graus do negócio".

"Precisamos estar atentos e pensando a frente para entender o rumo que o negócio vai seguir e como vamos nos atualizar para viabilizar que continuemos nos desenvolvendo e crescendo", concluiu José Aparecido.

Confira a conversa completa aqui.

Executivos Financeiros

Da tecnologia ao aço, do lixo à indústria de cosméticos, das quadras de tênis a planilhas no setor de serviços, executivos financeiros contaram suas experiências.

Esse foi o segundo episódio da série de entrevistas com os executivos Mais Admirados no anuário ANÁLISE EXECUTIVOS 2024. A diretora-presidente e publisher, Silvana Quaglio, e o sócio conselheiro editorial da Análise, Alexandre Secco, receberam Ricardo Salera de Carvalho (Tropeira Alimentos), Fábio Murilo Costa D’avila Carvalho (Agribrasil), Alexandre Barcelos (ArcelorMittal Brasil) e Tiago Azevedo (Rappi Brasil).

Durante a transmissão, Alexandre Barcelos, terceiro colocado no ranking das empresas de indústria, contou que aos 35 anos de carreira já começa a escrever um livro sobre sua trajetória profissional e contou que como vice-presidente da área corporativa da ArcelorMitall Brasil é responsável pelo setor financeiro da holding e, desde 2019, a parte de tecnologia da informação. "Nós temos uma empresa de tecnologia que tem mais de 450 profissionais só nessa área, e sem contar inovação", disse.

"Hoje, sob a minha administração, tenho aproximadamente 600 funcionários pegando toda a área corporativa que envolve contabilidade, tributário, tesouraria, founding, crédito, satisfação de pessoal e a controladoria de alguns negócios", disse Alexandre. "Nunca deixei de estudar, é uma coisa que eu faço questão é sempre estudar, meu último curso foi em 2018 e já estou querendo me atualizar".

Fábio D’avila da Agribrasil, terceiro colocado no ranking de comércio, se formou em engenharia de computação e depois virou trader. Foi nessa experiência que desenvolveu contatos e aprimorou sua expertise em computação. Alguns meses depois de formado, um trader, engenheiro de computação do ITA recebeu o a área de Recursos Humanos de um ex-chefe.

D’avila é dono de um currículo diversificado, antes de ser CFO da Agribrasil, passou pelo Banco Fibra S.A, Grupo Abril, SBT, Estre Ambiental e Jequiti Cosméticos (daí a frase ‘do lixo à cosméticos’). "Minha contribuição é ter participado por áreas bastante diversas, desde empresas familiares, corporativas, no Brasil e fora, capital aberto e capital fechado e em diferentes setores", disse.

"A carreira de CFO é bastante desafiadora, invariavelmente sempre falta algum conhecimento porque é uma carreira que demanda uma expertise muito diversa", disse. "Tem que conhecer de M&A, controladoria, tributário, financeiro, emissão de dívidas e aí por diante, são temas complexas que você não desenvolve fluência de uma hora para outra. É na prática que você aprende é comum que a carreira vá se completando com múltiplas experiências".

Eleito o CFO Mais Admirado no setor da agroindústria atuando pela Tropeira Alimentos, Ricardo Salera de Carvalho já trabalhou em banco e aos 29 anos teve o convite para ser CFO de uma empresa mineira. "Passei por diversas indústrias, tive experiências internacionais, mas meu forte sempre foi empresas familiares", disse.

Carvalho está em transição, assumiu o departamento da familiar Tropeira e organiza sua total profissionalização. "Estou assumindo como vice-presidente com um desenho para me tornar CEO e está sendo muito rico esse trabalho", disse. "Saber lidar com gente é um diferencial, mas sou apaixonado por finanças e pelo mundo coorporativo. Me dedico de corpo e alma".

Tiago Azevedo personifica a inovação que a empresa espera da juventude, ano passado ele foi eleito Mais Admirado por atuar como CFO no Mercado Livre, e em 2024 o reconhecimento veio trabalhando na Rappi Brasil, ainda no setor de serviços. Ele conta que depois de voltar dos EUA onde fez faculdade com ajuda de uma bolsa por jogar tênis, começou a dar aulas particulares. "Na quadra conheci uma recrutadora de RH que tinha uma vaga na Unilever para trabalhar na Kibom e foi ali que comecei", disse.

Desde a primeira experiência, passou pela Hershey’s, onde desempenhou papel importante em uma empresa que ainda lutava para se estabelecer no Brasil, e Mercado Livre. Quando chegou na Rappi, há quatro meses, ficou responsável por todas as áreas de finanças.

"O maior desafio é saber qual é o CFO que a empresa precisa e depois fazer uma autoanalise para saber se tem as skills para aquele momento e qual o seu time", disse. "Cada empresa passa por diferentes situações e requer ferramentas, processos e posturas diferentes".

Confira o bate-papo com os executivos financeiros Mais Admirados aqui.

Executivos de Compliace

Este programa de encerramento contou com a presença de executivas de compliance que compartilharam um pouco sobre sua visão e experiência na área.

Entre as convidadas estavam Camila Silvestre, diretora de auditoria interna, compliance, controles internos, gestão de riscos, privacidade de dados, investigação corporativa e ouvidoria do Grupo Pão de Açúcar, que estreou este ano no ranking de executivas Mais Admiradas na edição de 2024 do ANÁLISE EXECUTIVOS; Marisa Peres, compliance & data privacy Americas da Nissan; e Rogéria Gieremek, global chief compliance officer da LATAM Airlines, ambas Mais Admiradas desde 2020, quando a categoria de compliance passou a ser premiada pela publicação.

Camila destaca que um dos principais pontos para uma atuação eficaz em compliance é entender o negócio e sua realidade. Além disso, ela enfatiza a importância de considerar não apenas a questão da reputação nas ações, mas também a responsabilidade social da empresa.

"Costumo dizer que precisamos ir onde o negócio acontece, entender o que compõe aquele espaço e a realidade das pessoas. Muitas vezes, ao pensar no corpo executivo de uma empresa, muitos são da área comercial, de produção ou operacional e não necessariamente entendem o impacto real do compliance", aponta Camila.

Marisa, por sua vez, vê o trabalho de implementação de práticas de governança nas empresas como um processo gradual para alcançar resultados satisfatórios a longo prazo, aprendendo também em momentos delicados onde é necessário redobrar os esforços para atingir os objetivos.

"As áreas de suporte muitas vezes são vistas como as principais responsáveis por fazer tudo, mas a responsabilidade é compartilhada; todos devem participar. Cultivar uma mentalidade de gestão de riscos é um desafio significativo de implementação, especialmente em empresas com culturas diferentes", destaca Marisa.

Segundo Rogéria, o grande segredo para o profissional de compliance é manter-se sempre atualizado com as novidades do mercado, a fim de estar à frente das necessidades das empresas diante dos riscos e benefícios trazidos por essas inovações.

"Não há concorrência na nossa área. Eu me inspiro no que todos estão fazendo. Não competimos no negócio. Quanto mais os meus 'concorrentes' estiverem fazendo a coisa certa, melhor para todos, não apenas para mim, mas também para a sociedade. Vivemos no mesmo mundo, então precisamos viver bem aqui e agora. Sempre acreditei nisso", conclui Rogéria.

Confira o Programa aqui.

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