A Análise Editoral realizou, nesta quinta-feira (22), mais um "Bate-Papo com Análise" especial, após o lançamento da nova edição do anuário Análise Executivos Jurídicos e Financeiros. O encontro contou com a participação dos profissionais da área de finanças Alexandre Malfitani, CFO da Azul Linhas Aéreas Brasileiras; Diego Barreto, CFO e vice-presidente de estratégia do Ifood; e Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta, diretora financeira e de RI da Eletrobras. Os três foram eleitos como executivos Mais Admirados no ranking de 2021 e destacaram aspectos interessantes sobre suas carreiras e desafios.
Ao iniciar a conversa, Alexandre Secco, sócio e conselheiro editorial, parabenizou os executivos figurantes na publicação deste ano e ressaltou sobre a forte identificação da Análise Editorial com o Direito. Em seguida, ele faz um questionamento aos entrevistados sobre pontos decisivos que os fizeram chegar onde estão hoje.
Alexandre Malfitani, graduado em engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), MBA com honras da Escola de Gestão de Kellogg e certificado pela CFA Institute (Chartered Financial Analyst) - destaca que, avaliando a vida acadêmica e profissional até aqui, não se arrepende de nada e teria tomado as mesmas decisões novamente. O CFO da Azul também revela que gostaria de ter ficado no setor aéreo por pouco tempo no início de sua vida profissionais para depois migrar para um setor mais estável.
Formado em Direito, em 2007, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), MBA pela Faculdade Fipecafi e pelo International Institute for Management Development (IMD), na Suíça, Diego Barreto é autor do livro "Nova Economia: Entenda por que o perfil empreendedor está engolindo o empresário tradicional brasileiro". O executivo, que hoje atua como CFO, afirma ter se beneficiado em ter noções legais para discutir na mesa de negociação do mundo financeiro.
Achar que as startups são o futuro do Brasil foi o que o trouxe para este nicho. Barreto destaca que as startups vão além de um conceito pré-concebido de que são empresas muito pequenas e sem estruturação. Para ele, o Brasil ainda revela pouquíssimas organizações com potencial competitivo global, reflexo de uma mudança estrutural das companhias.
Graduada e mestre em administração de empresas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), MBA para conselheira de administração pela Saint Paul Escola de Negócios-SP, e pós-graduada em Negócios pela Fundação Dom Cabral, Elvira Baracuhy reforça ter feito toda carreira no privado antes de migrar para o setor público. Segundo ela, o desejo de atuar no setor executivo sempre existiu, porém, conseguir trilhar esse caminho foi um grande desafio, pelo fato de ser mulher, nordestina e precisar lidar com as adversidades de um ambiente ainda bastante machista.
Na parte final do bate-papo, após frisar que o ranking dos executivos financeiros se renova muito ano a ano, Silvana Quaglio, diretora-presidente e publisher da Análise Editorial, questiona os executivos sobre o sentimento de receberem a notícia da premiação. A apresentadora indagou se é diferente ser reconhecimento por profissionais atuantes da mesma área e, também, sobre como eles trabalham a questão da diversidade dentro das empresas.
Elvira afirma que, sem dúvidas, as mulheres são competentes tanto quanto os homens. A diversidade ganhou força nos últimos anos, e quando você ingressa em uma área que é usualmente ocupada pelos homens, é olhada diferente. Fala-se muito em meritocracia, mas existem situações em que a mulher não é sequer convidada para estar ali. Por fim, declara que sentiu-se honrada e não imaginava que estaria no ranking, então quando recebeu a confirmação, ficou muito feliz.
Alexandre diz ter sido uma surpresa bastante agradável. Para ele, o reconhecimento é de toda a equipe. Sobre a questão da diversidade na Azul, Malfitani afirma querer sempre contratar o melhor executivo(a) para integrar o time, se isso não acontece, é importante entender o motivo. Segundo ele, nota-se, também, um grande desequilíbrio na equidade de gênero, pois os homens continuam sendo mais privilegiados do que as mulheres.
Sobre a premiação, na opinião do executivo, é muito importante poder parar um momento para celebrar um trabalho bem executado em conjunto. Outra constatação interessante feita pelo CFO do Ifood, foi o crescimento da companhia durante a pandemia, o que acelerou alguns processos sociais, colocando o entregador no centro das discussões sobre dignidade e de questões trabalhistas, mostrando que devem ser muito mais valorizados como profissionais e como pessoas.