O Direito Antitruste está passando por muitos desafios por conta da rápida evolução da Era Digital. Segundo o relatório "Competition policy for the digital era", publicado este ano pela Comissão Europeia, não é necessário repensar nos fundamentos concorrenciais em si, e sim adaptá-los para a inovação de modo a garantir que os consumidores se beneficiem de um ambiente seguro e mais equilibrado na disputa entre grandes e pequenas empresas. O documento ainda destaca que as principais dificuldades estão em adequar metodologias e ferramentas de análise antitruste, teorias econômicas de danos e doutrinas legais ao novo ambiente digital.
A análise solicitada pela Comissão foi desenvolvida por três profissionais de áreas distintas - um engenheiro, um jurista e um economista - que enfrentaram o desafio de integrar suas respectivas áreas de conhecimento, assimilar as perspectivas e identificar o melhor caminho a ser seguido: certificar aos consumidores valores sociais, que incluem privacidade à proteção do consumidor e à diversidade de mídia.
No Brasil, a expectativa é de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) leve em consideração o documento quando estiver diante de casos envolvendo o setor Digital. Em 2018, o Cade apresentou um demonstrativo de crescimento de 19,77% em processos envolvendo condutas anticompetitivas. A alta de demandas antitruste pode ser percebida no levantamento do Análise Advocacia onde, das especialidades que passaram a ser pesquisadas a partir do ano passado, concorrencial é a que soma o maior número de eleitores.
Os executivos jurídicos e financeiros que participaram da publicação deste ano citaram mais de 400 nomes de bancas e advogados, 154 e 264, respectivamente. Direito Concorrencial, ao todo, figura com 50 escritórios e 81 advogados eleitos como os mais admirados.