A cada ano do especial ANÁLISE ADVOCACIA MULHER, mais e mais mulheres são eleitas como advogadas Mais Admiradas pelo setor empresarial, em várias pontas do país. Com a última edição, publicada em março, é possível afirmar que elas já estão em 19 estados e no DF. O número é 15% maior que o da primeira edição.
Audrey Martins Magalhães, estreante do Piauí, é sócio-fundadora de uma banca homônima, na qual a maioria dos sócios são mulheres. "Meu escritório participa de licitações públicas para prestação de serviços para União e os Estados com igualdade de condições." Ela cita empresas do ramo de energia, transporte e do setor bancário e destaca que ainda sente que há resistência no mercado ao protagonismo feminino.
Do outro lado do país, a advogada Juliana Bertholdi, doutoranda em Justiça, Democracia e Direitos Humanos pela PUC e professora da mesma instituição, também rompe a bolha, pois é fundadora de uma banca em Curitiba que leva o seu nome. "Ainda que estar fora do eixo Rio-São Paulo crie dificuldades para que se alce uma carreira de expressividade nacional, me parece que empreender em outros Estados te insere em um mercado que viabiliza a competitividade. Aqui encontrei espaço para crescer autonomamente".
O Paraná, cidade em que Bertholdi atua, é o terceiro estado com Mais Admiradas na edição de 2023, com 65 profissionais eleitas pelos maiores executivos jurídicos do país. Não à toa, em todo o Sul o número de admiradas cresceu 28%.
Ainda no sul do país, outra referência entre as Mais Admiradas é Fabiana Figueiró, advogada gaúcha da banca Souto Correa Advogados. Ela reverte a distância em oportunidade, pois, para ela, a "tradição na área de proteção ambiental e as características naturais variadas como serra, pampa, litoral e mata atlântica" são fatores que que atraem empreendedores e "têm incrementado as demandas tanto em atuação preventiva quanto contenciosa".
Melina Fachin, uma das fundadoras da banca curitibana Fachin Advogados Associados, vê um papel social nas lideranças femininas nos escritórios de advocacia: "existe um papel de protagonismo importante das bancas de advocacia no aconselhamento jurídico - com especial ênfase às ações de compliance - da atividade empresarial em relação à afirmação do espaço e dos direitos das mulheres".