A Live Análise desta quinta (24) abordou um assunto que está ganhando cada vez mais espaço para debate: a tecnologia dentro do mercado jurídico. A discussão abrange pontos fundamentais, como por exemplo, qual o papel dessa ferramenta para auxiliar advogados corporativos e de escritórios de advocacia. Participaram da conversa Dante Perin Jorge de Araujo, diretor jurídico da IBM Brasil, Ricardo Alves, DPO e head de tecnologia da banca Fragata e Antunes Advogados e Urbano Vitalino Neto, sócio do escritório Urbano Vitalino Advogados. O jornalista Alexandre Secco, sócio e conselheiro editorial da Análise, atuou como mediador do encontro enquanto Silvana Quaglio, diretora presidente e publisher da editora, ficou responsável pelos comentários.
Ricardo destacou a principal função da tecnologia: reduzir custos e esforços ao mesmo tempo em que proporciona resultados melhores. Além disso, a pandemia forçou os escritórios que já estavam preparados tecnologicamente a aprenderem outros recursos que ainda não utilizavam, superando mais obstáculos. O DPO também ressaltou que a força de trabalho manual teria que ser muito grande para alcançar os resultados que a tecnologia possibilita.
Já Urbano explicou que uma das principais preocupações dessa pauta deve ser a gestão, pois pensar em tecnologia sem ter uma gestão adequada para isso significa não saber onde usar esse recurso. Este fator implicou numa remodelação completa dos processos internos do escritório em que ele atua, visando mais segurança jurídica e qualidade na prestação de serviços. Foi após essa estruturação que a banca saiu em busca de ferramentas tecnológicas adequadas ao sistema criado.
Entusiasta das modernizações, Dante ressaltou que nenhuma empresa ou escritório de advocacia chega longe sem a capacidade de inovar. Ele destacou o Watson, plataforma de inteligência artificial da IBM, como um agente tecnológico transformador que ajudou a impulsionar a inovação dentro dos serviços jurídicos nos últimos anos. No entanto, o executivo alertou que devemos medir a empolgação sobre a inteligência artificial. Segundo ele, não basta querer implementar no departamento qualquer solução relacionada ao tema, antes é necessário analisar quais são os problemas, qual tecnologia utilizar e onde e como aplicá-la.
Silvana questionou os convidados sobre os impactos negativos da tecnologia, como o desemprego ocasionado por funções que deixaram de existir em razão das novas ferramentas. Dante explicou que não vê empregos sumindo, mas sim profissionais se transformando, pois atividades repetitivas e que demandam muito esforço humano serão gradualmente substituídas por máquinas, o que permitirá ao advogado focar em agregar valor à sua empresa ou escritório. Ricardo seguiu na mesma linha, ressaltando que áreas tradicionalmente repetitivas, como o contencioso, ocupam muito tempo do advogado com tarefas operacionais e a tecnologia elimina isso. Por fim, Urbano relatou que seu escritório cresceu em número de pessoas após começarem a utilizar os novos softwares. Isso aconteceu por precisarem de profissionais que não eram contratados anteriormente, como cientistas da computação e advogados preparados para lidar com tecnologia.
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