O ChatGPT é um recurso gratuito de IA (Inteligência Artificial) da empresa OpenAI e permite aos usuários, através da elaboração de perguntas sobre quaisquer assuntos, receber respostas com precisão e qualidade, elaboradas por um algoritmo. Ou seja, por mais complexas que sejam frases, não vieram de uma pessoa, mas, sim, de uma máquina. No mercado da advocacia, a nova ferramenta é alvo de polêmicas e divide a opinião de profissionais.
Primeiramente, antes de falar sobre o hype da vez, Ricardo Kanayama, advogado e mestre em Direito e Desenvolvimento pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, comenta o fato de que outras ferramentas de Inteligência Artificial já fazem parte do mundo jurídico há algum tempo.
Ainda assim, é inevitável não se impressionar com o ChatGPT. No entanto, é necessário ter cautela durante seu uso.
Segundo Felipe Palhares, sócio das áreas de Proteção de Dados e Cybersecurity, e de Tecnologia e Negócios Digitais do BMA Advogados - eleito um dos Mais Admirados do anuário ANÁLISE ADVOCACIA 2022 -, "embora a ferramenta tenha a capacidade de elaborar respostas razoáveis para questões mais simples e diretas, elas muitas vezes ainda estão dissociadas da realidade fática e das peculiaridades". Segundo ele, é possível que algumas respostas da ferramenta não sejam completamente corretas.
É esse o alerta feito pelo advogado Maury Cequinel, MBA em Gestão e Business Law - ISAE/FGV e membro da Andersen Ballão Advocacia, banca que também está entre as Mais Admiradas da publicação: "ao que parece, a base de informações da ferramenta é de 2021".
O uso da nova ferramenta tampouco pode ser a única fonte de pesquisa de um bom trabalho jurídico. Para Frederico Glitz, pós-doutor em Direito e Novas Tecnologias pela Universidade de Reggio Calabria, na Itália, é preciso ter cautela para não violar a confiança do cliente.
Por fim, para Kanayama "o uso da IA na advocacia não é contrário à ética. Porém, o seu uso deve ser informado ao cliente. Deve haver transparência".