Advogados ainda demonstram resistência ao uso do ChatGPT | Análise
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Advogados ainda demonstram resistência ao uso do ChatGPT

Responsabilidade e ética com as informações obtidas são as principais preocupações dos profissionais

24 de February de 2023 1h

O ChatGPT é um recurso gratuito de IA (Inteligência Artificial) da empresa OpenAI e permite aos usuários, através da elaboração de perguntas sobre quaisquer assuntos, receber respostas com precisão e qualidade, elaboradas por um algoritmo. Ou seja, por mais complexas que sejam frases, não vieram de uma pessoa, mas, sim, de uma máquina. No mercado da advocacia, a nova ferramenta é alvo de polêmicas e divide a opinião de profissionais.

Primeiramente, antes de falar sobre o hype da vez, Ricardo Kanayama, advogado e mestre em Direito e Desenvolvimento pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, comenta o fato de que outras ferramentas de Inteligência Artificial já fazem parte do mundo jurídico há algum tempo.

Ainda assim, é inevitável não se impressionar com o ChatGPT. No entanto, é necessário ter cautela durante seu uso. 

Segundo Felipe Palhares, sócio das áreas de Proteção de Dados e Cybersecurity, e de Tecnologia e Negócios Digitais do BMA Advogados - eleito um dos Mais Admirados do anuário ANÁLISE ADVOCACIA 2022 -, "embora a ferramenta tenha a capacidade de elaborar respostas razoáveis para questões mais simples e diretas, elas muitas vezes ainda estão dissociadas da realidade fática e das peculiaridades". Segundo ele, é possível que algumas respostas da ferramenta não sejam completamente corretas. 

É esse o alerta feito pelo advogado Maury Cequinel, MBA em Gestão e Business Law - ISAE/FGV e membro da Andersen Ballão Advocacia, banca que também está entre as Mais Admiradas da publicação: "ao que parece, a base de informações da ferramenta é de 2021".

O uso da nova ferramenta tampouco pode ser a única fonte de pesquisa de um bom trabalho jurídico. Para Frederico Glitz, pós-doutor em Direito e Novas Tecnologias pela Universidade de Reggio Calabria, na Itália, é preciso ter cautela para não violar a confiança do cliente.

Por fim, para Kanayama "o uso da IA na advocacia não é contrário à ética. Porém, o seu uso deve ser informado ao cliente. Deve haver transparência".

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