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Advogado autista conta os desafios da profissão

O profissional traz conselhos para autistas que pretendem seguir a carreira jurídica

26 de August de 2022 16h32

O jovem advogado Antonio Augusto Ferreira Neto foi diagnosticado com transtorno do espectro do autismo aos 19 anos de idade. Mesmo antes desse reconhecimento, ele relata ter recebido acompanhamento médico e atenção dos pais. Ainda que tenha enfrentado situações dolorosas, Antonio entende que a identificação tardia lhe expôs a episódios que contribuíram para o seu desenvolvimento pessoal.

A defesa das pessoas com deficiência e autismo é central em toda a sua trajetória. A condição de Antonio não é explícita, já que não se apresenta visualmente, mas o profissional é eloquente nessa luta, tanto na produção de conteúdo para a página Legalmente Autista no Instagram e no Facebook, quanto como membro da comissão dos direitos da pessoa com deficiência da OAB de Maringá.

Atualmente integrando o corpo jurídico do Tozini & Armelin, escritório de Maringá (PR), o associado tem o suporte de uma equipe qualificada, em uma banca bem estabelecida na região. Apesar desses fatores, ele revela que certos clientes demonstram ter uma desconfiança com relação a sua capacidade de trabalho. Segundo ele, não é seu dever fazer um sermão para um possível cliente, pois é esperado que tenham educação e conhecimento prévio sobre como lidar com outras pessoas.

Sobre os programas de diversidade e inclusão, Antonio observa que há locais de trabalho, de fato, valorizando as habilidades do colaborador com deficiência, e com interesse em oportunizar o seu crescimento. Mas constata que existem organizações cumprindo as vagas de diversidade de forma protocolar, desperdiçando esses talentos por uma inaptidão do líder de não saber aproveitá-los, além de não ter a empatia para tal.

Antonio admite que para um autista há sempre dúvidas e receios com relação ao mercado de trabalho. Ele afirma que as armadilhas no caminho estão postas para todos, mas elas não podem ser um impeditivo para alcançar seus objetivos. Portanto, é preciso ter dedicação, confiar nas pessoas próximas que querem o seu bem e ter esperança no amanhã, conclui Antonio.

Reveja o bate-papo na TV Análise

A entrevista com Antonio foi realizada durante o bate-papo sobre Neurodiversidade na Advocacia, transmitido ao vivo no canal do YouTube da editora

A conversa contou também com a presença de Adriana Passaro, sócia conselheira e líder de projetos de Diversidade & Inclusão do /asbz, além de Ana Cristina Grau Gameleira Werneck, sócia administradora do Gameleira Pelagio Fabião e Bassani Sociedade de Advogados

A mediação foi da diretora-presidente e publisher da Análise Editorial, Silvana Quaglio, e o sócio e conselheiro editorial, Alexandre Secco. Reveja este conteúdo na íntegra no vídeo abaixo.

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