A edição 2020 do anuário Análise Executivos Jurídicos e Financeiros apresentou, pela primeira vez, o ranking dos profissionais de compliance Mais Admirados. Entre os eleitos, que flutuaram tanto por executivos do departamento de compliance quanto por profissionais da área jurídica, um cargo se destacou: quase 70% deles respondem como Chief Compliance Officer (CCO) de suas companhias. Mas quando essa posição passou a ser essencial dentro das empresas?
Luis Fernando Radulov Queiroz, head of legal - Americas da ABB e eleito um dos 27 profissionais de compliance Mais Admirados neste ano, explica que a função do gestor de integridade passou a tomar forma no Brasil a partir de 1990. Na época, as multinacionais, especialmente americanas, foram impulsionadas pela aplicação mais visível do FCPA (Foreign Corrupt Practices Act), lei que objetiva o combate ao suborno de funcionários públicos no exterior, pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Isso fez com que programas globais de compliance nascessem e fossem aplicados ao redor do mundo, ainda que, inicialmente, eles estivessem propriamente estruturados apenas em multinacionais e como parte do departamento jurídico.
De acordo com ele, a década de 2000 foi especialmente importante para o compliance global, tendo em vista alguns escândalos de corrupção ocorridos em companhias multinacionais europeias, que resultaram em altas multas e trouxeram holofotes à importância da implantação de programas estruturados de integridade, com reportes e orçamentos independentes. Hoje, o executivo argumenta que, mais importante do que ter a figura do CCO, é existir o compromisso legítimo da organização com os valores e princípios éticos pautados no programa de integridade.
Já Christina Montenegro Bezerra, sócia proprietária da Compliance Partners Brasil e também eleita uma das executivas de compliance Mais Admiradas em 2020, destaca o ano de 2015, época que foi regulamentada a Lei Anticorrupção no Brasil. Um dos artigos do decreto regulamentador determina que a efetividade do programa de compliance depende da estrutura, autoridade e independência da instância interna responsável. Antes disso, ela também ressalta que algumas subsidiárias de empresas, em especial as multinacionais dos Estados Unidos, já possuíam um CCO, que também era chamado de Chief Responsibility ou Chief Integrity Officer.
Atualmente, a crise causada pela pandemia do novo coronavírus trouxe adversidades à rotina mundial, incluindo a das empresas. Os executivos compartilharam suas visões sobre os desafios que a Covid-19 trouxe ao compliance interno das organizações:
Em pleno crescimento no mercado atual, o profissional de compliance possui alta relevância nas empresas. Veja o perfil dos Mais Admirados deste ano clicando aqui.