O escritório Granadeiro Guimarães Advogados — eleito como Mais Admirado no ANÁLISE ADVOCACIA 2021 — contratou Rodrigo Chagas como novo sócio da área de relações trabalhistas e sindicais. Com mais de 20 anos de carreira no campo sindical, o profissional atuou por três anos na Bunge Alimentos S/A, multinacional do segmento de agronegócio e alimentação.
O sócio destaca que, especialmente depois da Reforma Trabalhista, entidades sindicais passaram a demonstrar uma preferência por acordos coletivos em substituição às convenções coletivas, por motivos diversos. Consequentemente, segundo ele, as empresas começaram a demandar por setores de bancas que tenham proximidade com o Direito Sindical, seja para negociar ou para participar ativamente de assembleias patronais para convenções coletivas de trabalho; a ideia seria evitar a surpresa de cláusulas normativas que não estavam preparadas para serem aplicadas nos contratos de trabalho de seus empregados.
Rodrigo também ressalta que nem todos os profissionais do Direito do Trabalho apreciam o Direito Coletivo do Trabalho, que é outra denominação para o Sindical. Ele afirma que reforçar a área de relações trabalhistas e sindicais é um diferencial para o mercado, e que o Granadeiro Guimarães está atento tanto às demandas de seus clientes quanto ao mercado empresarial em geral.
Doutor em Direito do Trabalho e Previdência Social pela Universidade de São Paulo (USP), Rodrigo nasceu e viveu em Buenos Aires, na Argentina, até os dois anos de idade. Segundo ele, após ser indicado por um amigo em comum, recebeu a ligação de Gustavo Granadeiro para uma conversa; reconhecendo o CEO como um profissional diferenciado, com uma ampla visão de mercado, ele revela que decidiram juntos pelo ingresso na sociedade.
Sobre suas atividades enquanto sócio, Rodrigo diz que a principal será atender demandas das empresas nas diversas formas de relacionamento, desde negociações coletivas até processos judiciais movidos por entidades sindicais. Ele também alerta que muitas empresas não se preocupam se a norma coletiva que aplicam a seus empregados é a correta e, como consequência, surgem dívidas trabalhistas que podem ser cobradas pelo sindicato que detém a correta representação sindical; assim, eles podem pleitear, por exemplo, diferenças salariais e de benefícios.
Por outro lado, de acordo com o profissional, existem empresas que possuem dificuldade de dialogar por motivos diferenciados e decorrentes, inclusive, de problemas no histórico de relacionamento. Neste caso, Rodrigo aponta ser necessário um trabalho de reconstrução da confiança e processo de diálogo, onde as empresas devem estar conscientes que o processo negocial se renova a cada ano, sendo fundamental estabelecer uma relação de confiança.
Analisando que a demanda no setor está cada vez maior, Rodrigo diz que a pandemia demonstrou a importância da manutenção de diálogo com as entidades sindicais. Para ele, empresas que já tinham um contato constante com os sindicatos saíram na frente para superar obstáculos, enquanto outras precisaram conhecer os sindicalistas para somente depois poderem dialogar sobre suas necessidades e, igualmente, ouvir as necessidades daquele sindicato que estava sentado à mesa.
Citando que o cenário sindical está em constante mudança, o sócio relembra que o Brasil vivenciou um período de corrida de desmembramento e dissociação de sindicatos a partir de normas expedidas pelo Ministério do Trabalho, que deram margem para diferentes interpretações. Naquele momento, de acordo com ele, muitas empresas se viram recebendo cartas de novos sindicatos que passaram a deter, e consequentemente reivindicar, a representação de seus trabalhadores e ficaram sem saber com quais deveriam dialogar.
A projeção para 2022, na avaliação de Rodrigo, é o crescimento na procura por serviços de relações trabalhistas e sindicais, especialmente pela chegada de uma nova variante do coronavírus, a Ômicron, que pode impactar nas relações de trabalho, embora as questões com sindicatos não se restrinjam à pandemia. Por fim, o sócio diz ser importante a manutenção do diálogo com as entidades sindicais, que são aliados importantes do compliance das empresas, pois é preciso compreender a importância das reivindicações sindicais e estar atento às suas demandas para evitar passivos trabalhistas desnecessários.