A quantidade de bancas que não definem um percentual do faturamento destinado a diversidade e inclusão permanece acima dos 50%. A quarta edição do ANÁLISE ADVOCACIA DIVERSIDADE E INCLUSÃO registrou que 55% dos escritórios presentes na edição não contam com a definição de um percentual do faturamento, desde a inclusão da alternativa em 2022 o percentual sempre esteve acima da metade das bancas.
O percentual de bancas que definem alguma fatia para essas questões alcançou 18%, esse dado apresenta estabilidade desde 2022, quando o percentual alcançava 19%, já no último ano a fatia de escritórios que destinavam algum orçamento também foi de 18%.
De acordo com Juliana Teles, líder do time Gestão da Transformação do Gondim Albuquerque Negreiros Advogado, destacou a importância de ter uma alocação de verba para as questões de diversidade. "Investir em ações de Diversidade e Inclusão é essencial para garantir que as iniciativas não sejam apenas simbólicas, mas inovadoras e sustentadas ao longo do tempo. A verba destinada a esta área permite a criação e manutenção de programas que promovam a inclusão, a aprendizagem contínua, a atração de talentos de forma plural o e a análise de métricas de progresso. Além disso, um orçamento alocado demonstra o compromisso com a pluralidade, incentivando a cultura organizacional a adotar e valorizar essas práticas, e pode melhorar o desempenho geral dos escritórios ao refletir uma melhor representação de clientes e comunidades."
Juliana ainda pontuou o motivo da falta de investimentos nessas questões, mas ressaltou que no escritório estão atuando em prol da quebra desses paradigmas. "A resistência em investir em questões de Diversidade e Inclusão ainda persiste, em grande parte, devido à cultura arraigada no universo jurídico, que historicamente tem sido dominado por um perfil específico: homens brancos de classe média. Esse cenário reflete um preconceito estrutural que ainda precisa ser enfrentado. Aqui, estamos comprometidos em desafiar e quebrar essas barreiras, trabalhando ativamente para promover uma verdadeira diversificação na atração de talentos e na criação de um ambiente mais inclusivo e equitativo".
Já Adriana Niobey, líder do time Bem-estar e Informação Gondim Albuquerque Negreiros Advogado, frisou que um dos principais aspectos ligados ao aumento no orçamento em D&I é o sucesso na obtenção das metas do comitê. "O aumento de verba para questões de Diversidade e Inclusão está diretamente ligado à eficácia das ações implementadas pelos comitês, programas e grupos de trabalho, bem como ao cumprimento das metas pré-estabelecidas. Quando esses grupos demonstram resultados concretos e alinhados com as expectativas, é mais provável que haja justificativa para aumentar os recursos destinados. Portanto, o foco deve estar em criar estratégias sólidas, monitorar o progresso e, principalmente, evidenciar o impacto positivo das iniciativas, o que facilitará a obtenção de verbas adicionais.