Inicialmente, precisamos entender que rebranding é o ato de reposicionar uma marca no mercado, que há formas mais ou menos impactantes de se fazer isso, que os motivos podem ser vários e que muitos elementos podem ser afetados nesta transformação.
Os motivos de ter escolhido este tema para o artigo deste mês são dois: eu acabei de passar por um rebranding da minha marca (Juliana Pacheco) e poderei compartilhar minha experiência, e também porque final de ano é um momento propício para iniciar reflexões que poderão desencadear em um processo de rebranding.
Então vamos lá!
Nem todo rebranding passa pela mudança da essência da marca ou do negócio. Pelo contrário, outros motivos são muito mais comuns que este. Portanto, se pensou em não concluir a leitura deste texto, pois, embora tenha vontade em modernizar a sua marca, não quer alterar a sua essência, então siga em frente, pois manter a sua essência também é uma opção e isso é muito mais comum em escritórios de advocacia.
Quando uma empresa realiza um rebranding para refletir uma mudança significativa em sua missão, visão ou valores, isso pode levar a uma mudança na essência da marca ou do negócio. Ou ainda se o escritório estiver expandindo o seu portfólio de serviços para um novo mercado ou segmento, o rebranding pode ajudar a redefinir a essência da marca para se adequar às novas necessidades e expectativas.
Mas como já dito, em muitos casos, o rebranding é feito para atualizar a imagem ou a percepção da marca sem alterar sua essência fundamental. O rebranding pode ser usado para revitalizar uma marca existente, tornando-a mais atraente e relevante para um público-alvo atualizado, sem mudar sua proposta de valor central.
Portanto, o rebranding pode ou não mudar a essência da marca ou do negócio, dependendo dos objetivos e da abordagem adotada pelo escritório. O importante é garantir que a mudança seja alinhada com a estratégia do negócio.
Para melhor compreensão do que pode fazer um escritório tomar a decisão de investir esforços em um rebranding, seguem alguns dos principais motivos que levam a ele:
- Modernização: quando a imagem atual está desatualizada ou não reflete mais os valores e serviços do escritório;
- Diferenciação: quando o escritório precisa se destacar da concorrência;
- Reposicionamento: quando o escritório deseja atingir um público-alvo diferente ou mudar sua percepção no mercado;
- Expansão: quando o escritório está crescendo e precisando de uma imagem mais forte;
- Mudança de especialização: quando o escritório está expandindo ou mudando suas áreas de especialização;
- Mudança de nome ou estrutura: quando houver mudança no nome do escritório ou na estrutura societária;
- Mudança de mercado: quando o escritório precisa adaptar-se a mudanças no mercado jurídico ou às necessidades dos clientes;
- Aumento da visibilidade: quando o escritório deseja aumentar sua visibilidade e reconhecimento no mercado;
- Atração de talentos: quando o escritório precisa atrair novos talentos ou melhorar sua reputação entre os profissionais do setor;
- Crise de imagem: quando o escritório precisa superar uma crise ou mudar uma percepção negativa.
Mostrar-se como um escritório moderno e antenado com as tendência tecnológicas e/ou movimentações que possam impactar em maior atração para a sua clientela, por exemplo com questão relacionadas a ESG ou D&I, podem ensejar na necessidade de um reposicionamento de marca, inclusive com a atualização da logomarca, cores e até grafismos e elementos para que visualmente o escritório consiga transmitir sua evolução e engajamento nos temas.
Aliás, foi a necessidade de me sentir confortável novamente com a minha marca e que ela acompanhasse a minha evolução e a evolução no mercado é que precisei passar por este processo de rebranding.
Se observarem o meu transcurso, em agosto de 2022 eu passei a dar mais foco ao meu nome "Juliana Pacheco" do que ao nome da minha empresa "JP Gestão Legal", pois fiz uma pesquisa de mercado e descobri que meu nome tinha muito mais força no mercado e era muito mais conhecido do que minha empresa. Aproveitei o "JP" da logo da empresa e passei a usar "JP Juliana Pacheco". Neste momento, criei um novo site, com novo domínio (www.julianapacheco.com.br) e dei mais enfoque à profissional, do que à empresa.
Já em outubro de 2024, a transformação veio na logomarca, cores, apresentação. Eu já não me sentia mais representada e confortável com os tons fortes da logo anterior e precisava de algo mais sóbrio e sofisticado que representassem a nova fase da minha carreira e que atraíssem mais o meu público-alvo, sem falar que as mudanças que realizei estão bem mais adequadas às características que desejo ressaltar, além de mais modernas.
Em 2022 eu não estava preparada para tantas alterações, aliás, eu nem sabia ainda exatamente o que deveria mudar, então fiz um caminho mais lento e seguro para chegar no posicionamento atual. A propósito, estou muito feliz com meu novo posicionamento!
Seguem a seguir, alguns dos elementos que podem ser impactados em um rebranding:
- Nome do escritório: essencial quando ocorrem alterações societárias que impactam na razão social do escritório;
- Logotipo: atualização do design do logotipo para modernizá-lo, torná-lo mais relevante ou se adequar ao novo nome;
- Identidade visual: mudança de cores, tipografia, layout e estilo de comunicação (normalmente uma consequência da alteração no logotipo, mas pode ser mais suave em casos que a logo se mantém e são refeitos os templates para serem usados em posts, por exemplo);
- Proposta de valor: redefinição da mensagem central da marca e seus benefícios únicos;
- Posicionamento: mudança na percepção da marca em relação à concorrência;
- Slogan ou tagline: atualização ou criação de um novo slogan para resumir a essência da marca;
- Website e presença online: redesign do site e atualização das redes sociais;
- Materiais de marketing: atualização de brochuras, cartões de visita, banners e outros materiais promocionais;
- Imagem corporativa: mudança na percepção da empresa como um todo, incluindo sua cultura e valores;
- Tonom de voz e linguagem: mudança na forma como a marca se comunica com seu público.
Esses elementos podem ser rebrandados separadamente ou em combinação, dependendo dos objetivos e necessidades do escritório.
Alguns cuidados essenciais:
- Não caia na tentação de usar CTAs que possam caracterizar captação de clientela ao divulgar sua nova marca;
- Cuidado com o NOME FANTASIA! Entenda as permissões e limitações sobre este atributo da sua marca;
Enfim, o rebranding pode ser um processo complexo e impactar em muitos elementos, então é importante planejar cuidadosamente e executar as mudanças de forma consistente e organizada.
Por fim, ao pensar em mídias digitais, não se esqueça de fazer sua publicidade de maneira ÉTICA. Se vai contratar uma agência para fazer a gestão dos seus perfis e sites, tenha certeza de que possua conhecimento sobre as regras do marketing jurídico. Lembre-se: a responsabilidade das publicações é sua, independentemente se há uma agência por trás delas ou não.
Juliana Pacheco é membro consultora do CMJ, o Comitê Regulador do Marketing Jurídico do Conselho Federal da OAB, membro julgadora da 7ª Turma do TED-MG e da 28ª Turma do TED-SP, é CEO da Agência Ética.
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