A transmissão ao vivo da TV Análise, canal do YouTube da Análise Editorial, ocorrida na manhã da última quinta-feira (23/03), abordou o uso da inteligência artificial na advocacia, destacando especialmente a criação do Chat GPT.
O evento foi conduzido por Silvana Quaglio e Alexandre Secco, diretora-presidente e sócio e conselheiro editorial da editora, respectivamente. O debate, promovido pela Análise, contou com a participação de Larissa Galimberti, sócia do Pinheiro Neto Advogados, Marcelo Inglez, diretor executivo do Demarest Advogados, e Marina Feferbaum, coordenadora da área de Metodologia de Ensino e do Centro de Pesquisa e Inovação da FGV Direito de São Paulo.
Silvana iniciou a conversa compartilhando insights sobre como o tema dos avanços tecnológicos foi abordado ao longo do tempo e como esses avanços se consolidaram com as novidades.
O sócio da Análise, Alexandre Secco, enfatizou a relevância dessa nova tecnologia em nosso cotidiano. "Eu tenho a impressão de que qualquer pessoa que tenha acompanhado algum noticiário e resida no planeta Terra ouviu falar do Chat GPT nas últimas semanas. Apesar de estarmos imersos na inteligência artificial, tenho a sensação de que muitas vezes não percebemos o quanto ela está presente em nossas vidas, e o mesmo ocorre no campo do direito."
Larissa Galimberti, do Pinheiro Neto, abriu o bloco de falas dos convidados explicando o que é inteligência artificial e suas capacidades. "Ao falar de inteligência artificial, essencialmente nos referimos a máquinas e softwares que analisam dados e, a partir dessas informações, extraem comportamentos e estatísticas. Existe uma diferença crucial entre os softwares convencionais e as inteligências artificiais, que reside na capacidade da máquina interpretar os dados. Quando essa interpretação ocorre, os resultados comportamentais tornam-se mais específicos."
Para Marcelo Inglez, do Demarest, as novas tecnologias estão evoluindo e ocupando cada vez mais espaço como ferramentas para facilitar a vida das pessoas. "Há alguns anos, fomos abordados para discutir o Watson, uma das primeiras inteligências artificiais. No entanto, ele apresentava uma dificuldade: a necessidade de ser ensinado. Isso limitava a análise da IA e a restringia aos conhecimentos de quem a ensinava. O Chat GPT representa uma ruptura nesse sentido, pois vem em um formato diferente, já 'ensinado'. Isso o transformará em uma ferramenta que precisa ser bem utilizada", explicou.
Marina Feferbaum, da FGV Direito, abordou as regulamentações das Inteligências Artificiais (IAs) e a necessidade ética dentro dessa tecnologia. "Ainda não dispomos de uma regulação específica para a inteligência artificial; na verdade, há um debate em andamento sobre o significado desse termo. No entanto, a regulamentação que mais me agrada é a da Europa, que avalia os riscos, medindo o que é aceitável e o que não é. Além disso, onde não há regulação, existe um espaço para a ética. Já contamos com diversos princípios que orientam o desenvolvimento da inteligência artificial".